Começou tudo com as flores de jambu que a Sidneia Bernardi vende, além de outras flores comestíveis, em sua banca (SN Comércio de Frutas e Verduras), no Mercado Municipal. Dali uns dias a própria Sidneia avisou que também tinha maços de jambu, de um produtor aqui da Região Metropolitana de Curitiba. Publiquei aqui e bombou, tantos foram os interessados.
E o assunto foi evoluindo, com pistas de amigos e de conhecidos sobre alguns outros itens da comida da Amazônia. E aí, satisfeito da vida, fui comer um Pato ao tucupi na feira de sábado, ali na Praça do Batel. Os sabores me transportaram para Belém, para a lembrança do Mercado Ver-O-Peso e tudo de bom e colorido que se compra ou se come por lá.
E aí, para concluir com mais emoção ao paladar, numa esticada virtual a Manaus, descobri um tambaqui que pode ser comido em casa, um delivery de tambaqui. Nunca a Amazônia esteve tão perto dos curitibanos.
A Barraca da Amazônia
Ficou com vontade? O Pato ao tucupi (R$ 28) encontrei na Barraca da Amazônia, da paraense Dora (Doralice Messias), que funciona aos sábados no Batel e aos domingos na Feira de Artesanato do Largo da Ordem – e que a partir do dia 14 também estará com a barraca na Feira de Inverno da Praça Osório. Mas não tem só o pato, tem muito mais. Vende o próprio tucupi (R$ 12 o litro), que ela mesmo faz, a partir de mandioca amarela que traz de São Paulo. E ainda jambu (R$ 28 o maço, plantado por uma comunidade no Sítio Cercado e às vezes congelado, conforme a época do ano), Molho de pimenta de cheiro (R$ 8,50 a garrafinha), Farinha de tapioca (R$ 10 o pacote) e goma de tapioca (R$ 13 o pacote).
E aí vêm os pratos prontos. Além do pato, tem o Tacacá (R$ 17 a cuia), que outra das principais iguarias amazônicas. É um caldo preparado com o tucupi, temperado com sal, alho, coentro e cebola, goma de tapioca, jambu e camarão seco. É servido quente, em cuia tradicional da região amazônica. Não tão famosa, mas nem por isso menos saborosa, a Maniçoba (R$ 20) é prato de origem indígena, preparada com folhas da mandioca, que são moídas e cozidas por aproximadamente uma semana, com carne suína, carne bovina e outros ingredientes defumados e salgados. É servida com arroz branco e farinha de mandioca.
E ainda tem o Vatapá (R$ 17), que, a princípio, todos estranham ser oferecido em uma barraca da Amazônia. É um prato típico da culinária baiana, mas também muito popular no Pará, onde sofre variações, tais como a ausência do amendoim, da castanha de caju e de outros ingredientes mais conhecidos. Para seu preparo à paraense, usa-se pão molhado (ou farinha de trigo ou farinha de rosca ou fubá), leite de coco e azeite de dendê. Pode ser feito com camarões secos ou frescos, peixe, frango ou bacalhau. É temperado com cebola, tomate, pimentão e coentro e servido com arroz branco.
Dora ainda tem vários sucos com “sabores do Brasil”, Açaí na tigela e Tapioca, com boa variedade de recheios doces e salgados. Ah, sim, também bombons – de cupuaçu, cupuaçu com castanha-do-pará e de açaí.
Um verdadeiro passeio pela Amazônia, não é verdade?
Tambaqui express
Mas as comidas da Amazônia não param por aí. É possível também comer em casa, caso o desejo seja uma crocante Banda de tambaqui. É meio peixe, assado e acompanhado por Baião de dois, Farofa de banana e castanhas e Vinagrete. Quem faz é O Amazônico, uma portinha ali no alto da Carlos de Carvalho, que tem esse combo completo a R$ 55 para entrega no balcão e uma taxa de entrega de R$ 8 para um raio de até 5 quilômetros. Suficiente, com folga, para duas pessoas.
Mas os itens também podem ser vendidos separadamente e se a escolha for apenas para o tambaqui o preço é de R$ 45. Cada um dos acompanhamentos custa, separadamente, R$ 10. E a casa ainda oferece Queijo coalho (R$ 10), um Pirão do próprio tambaqui (R$ 12) para acompanhamento complementar.
Ainda há outros pratos, como o Escondidinho de camarão (R$ 60 – 2 pessoas, com porção individual a R$ 45), com acompanhamento de arroz branco. Agora entrou no cardápio uma Moqueca de pintado (R$ 75 – duas pessoas bem servidas)
Tanto o pintado quanto o tambaqui vêm de Ariquemes, Rondônia, de um criatório de alta tecnologia. De onde também acabam de chegar pirarucu e tucunaré, que serão as próximas atração a serem incorporadas ao menu de O Amazônico, que inicia em seguida os testes para a produção dos pratos para a venda. Que terá acompanhamento de um cuscuz com farinha de uarini, também conhecida como ovinha e que é feita de mandioca.
O Amazônico surgiu do interesse do casal Cristiano Moretini e Juliane Mercer (ele, paulista e ela curitibana) pela comida da Amazônia, em época que foram morar em Manaus. Juliane é pesquisadora, geneticista de plantas, e foi trabalhar por lá, onde Cristiano, que é empresário, atuava na área do cimento. Gostaram tanto do que provaram nos dois anos e meio por lá (inclusive para a saudável alimentação dos filhos), que decidiram trazer a experiência de paladar para Curitiba.
Abriram O Amazônico apenas para fazer entregas no balcão ou delivery, funcionando somente na hora do jantar e em jornadas duplas no fim de semana. O retorno foi tão grande que acabam de ampliar o horário de atendimento, que agora é diário, 10h às 12h para almoço e 18h30 às 21h30 para jantar.
Cachaça de jambu
O fornecedor de jambu para a Banca da Sidneia é André Lagos, que tem, em São José dos Pinhais, uma estufa, onde cultiva a planta amazônica. O objetivo dele é produzir uma cachaça de jambu para exportação e, perante a reclamação do possível consumidor, explicou em números: se fizer para exportação paga 9% de tributos, ao contrário dos 114% exigidos para comercialização no mercado interno.
Como utiliza mais as flores e um pouco do caule e folhas do jambu, tenta comercializar o restante, para não pagar muito prejuízo. Começou a plantar em novembro de 2016, primeiro pelo processo hidropônico e agora ao natural e está enfrentando, pela primeira vez, a experiência de manutenção (de uma planta de clima quente) com as temperaturas mais baixas, com aquecimento artificial no interior das estufas.
Para a venda da cachaça (já há interessados na China e na Alemanha), está apenas aguardando a liberação da documentação de registro no MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
Assim que o registro ocorrer e a produção puder ser oficializada será divulgada a logomarca da empresa, com o nome de Exotk Brasil.
Barraca da Amazônia
Fone: (41) 99320-0582
O Amazônico
Alameda Dr. Carlos de Carvalho, 1825 – Batel
Fone: (41) 3045-9863
WhatsApp: (41) 99218-6198
Exotk Brasil
Fone: (41) 99845-6789
=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=
Entre em contato com o blog:
Blog anterior: http://anacreonteos.blogspot.com/
Twitter: http://twitter.com/AnacreonDeTeos
E-mail: a-teos@uol.com.br
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS