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Barreado com vinho? E não é que pode dar certo mesmo?

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O barreado do Armazém Romanus, servido na proposta de harmonização da importadora Porto a Porto.

O convite era bem intrigante: harmonização de barreado com vinhos.
Ideia do pessoal da Porto a Porto, como tema para um almoço de fim de ano com amigos e jornalistas.

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Os bolinhos de barreado e as frutas de acompanhamento para o prato principal.

Da parte que me toca tenho lá minhas restrições com o barreado. Não pelo prato em si, talvez o mais conhecido dentre aqueles registrados como tipicamente paranaenses. É que são poucos os que obedecem aos preceitos básicos de sua execução, de resto quase sempre exageram na quantidade de condimentos (e o cominho é fatal, rouba qualquer paladar) e simplificam o tempo de cozimento. O resultado é um cozidão de carne, que, sinceramente, nada tem a ver com o sabor original.

Mas quando soube tratar-se de um barreado preparado por Luiz Antônio Romanus, do Armazém Romanus, de Morretes, já me senti bem mais animado. Afinal de contas trata-se de um dos poucos restaurantes estrelados do Guia 4 Rodas no Paraná, justamente pela qualidade do barreado, que é o prato principal do cardápio da casa. Mais uma razão, agora sim, para aumentar minha curiosidade com a possibilidade de harmonização.

Palavra que o primeiro pensamento veio em torno de espumantes. Será que daria certo? Mas não foi isso que o Fábio Bin, consultor de vinhos da Porto a Porto, imaginou. Espumante apenas na chegada, para boas vindas e escolta para os bolinhos de barreado. Depois, com o prato principal, quatro vinhos bem distintos, todos tintos:

Tons de Duorum, um português do Douro, das uvas Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Roriz;
FP Ensaios, português da Bairrada, da produtora Felipa Pato, com as uvas Baga, Touriga Nacional e Jaen;
I Balzini Green Label, italiano da Toscana e por isso mesmo feito com a uva Sangiovese;
e o Barolo Nei Cannubi DOCG 2004, italiano de Dogliani, Piemonte, da uva Nebbiolo.

Como era de se prever, o Barolo estava muito acima dos demais e, na consulta aos presentes, foi declarado hors concours na harmonização. Até sobrou um pouco no equilíbrio, mas se deu muito bem com o bom barreado do mestre Romanus.

Entre os demais, digamos assim, no melhor custo benefício, a maioria ficou com o I Balzini, embora eu tenha ficado entre os que apreciaram mais a interação do prato com o Ensaios.

Mas o importante foi que todos saíram felizes e satisfeitos, muito bem impressionados com a capacidade de harmonização do nosso prato paranaense com vinhos de classe.

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Os vinhos (dois portugueses e dois italianos) apresentados no almoço para a harmonização com o prato típico paranaense.

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