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Panela do Anacreon

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Novidades gastronômicas em Curitiba e receitas

De quarta a domingo

Beto voltou com suas batatas suíças. Agora está no Doce de Cidra

Robert Amorim e suas criações. (Foto: Anacreon de Téos)

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Sério?

Ousei duvidar quando me contaram.

Mas era verdade, para satisfação de todos nós. De nossos paladares, principalmente.

Robert Amorim, o Beto Batata, está de volta. E agora não apenas para fazer um evento, como aquele último, concorridíssimo, que comandou no Carmina Bistrô, em 2017 (confira aqui), para comemorar os 33 anos de criação do prato. Desta vez ele veio mesmo para ficar e retomar contato com seu público e fãs de sua batata recheada.

Relembrando a história, esse prato, que se transformou numa referência gastronômica de Curitiba, começa a sua trajetória em 1984 - na praia de São Pedro da Aldeia, Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Foi nessa época, no litoral carioca, que Beto comprou seu primeiro restaurante de comida alemã. No cardápio tinha um prato que servia a batata röstie como acompanhamento. Decidido a mudar o perfil do restaurante, ele acabou tendo a ideia de colocar um recheio dentro da batata. Surgia ali a batata suíça recheada.

A batata suíça recheada de Beto Batata agora pode ser consumida no Doce de Cidra. (Foto: Foto: Divulgação)

Bons tempos do Giuseppe

Em 1990, após as agruras do Plano Collor, Beto desembarcou em Curitiba para compor a equipe do Giuseppe, ponto icônico ali na Comendador Araújo, que era dos irmãos Ghignone. E, claro, já incluiu suas batatas no cardápio. Bombou! O curitibano descobriu o novo prato e, no boca a boca, promoveu dias e dias de casa lotada em busca desses sabores.

Foi ali que provei pela primeira vez. Fiquei fascinado e voltei sempre, pedindo uma batata e uma garrafa de vinho. Praticamente batia ponto lá e conhecia toda a turma dos garçons e pessoal do balcão. Um deles, aliás, está na ativa e encontro de vez em quando, o Serginho, hoje no Boi & Beer. Bons tempos!

Mas, voltemos à nossa conversa. Depois de uns tempos de Giuseppe e mais um no Jordans (na Padre Agostinho) Beto abriu seu próprio estabelecimento, o Beto Batata, no Alto da Rua XV, uma casinha agradável, com quintal e sempre com música ao vivo. Chorinho, muito chorinho, principalmente.

E o sucesso do empreendimento atraiu o desejo de expansão, para o qual precisou de sócios. Outros pontos foram abertos (hoje já estão todos fechados), mas Beto saiu da sociedade e, por cláusulas do contrato, acabou ficando também sem o direito de usar o nome Beto Batata. Mesmo ainda hoje. “Mas só pessoa jurídica, pessoa física pode” – já se apressa em explicar.

Beto Amorim cansou, foi embora daqui em busca de novos ares. Nesse período todo, andou por Alto Paraíso, na Chapada dos Viadeiros (GO), Niterói e Búzios, dando um tempo para fazer alguns risotos. Foi quando veio o convite do Leandro Teixeira, do Doce de Cidra, para mais um evento. Beto não aceitou, cansado de eventos, que, segundo ele, dá muito trabalho e economicamente não rende.

Batatas devidamente raladas e prontas para irem para a frigideira. (Foto: Anacreon de Téos)
Recheio escolhido, as batatas já ganham forma e daqui a pouco estarão prontas. (Foto: Foto: Anacreon de Téos)
Batata-suíça de Robert Amorim: a original. Foto: Reprodução/Instagram (Foto: Reprodução/Instagram)

O retorno aguardado

Mas sugeriu ao amigo de longos anos – desde os tempos em que a irmã, Melina Mulazani, tocava no Beto Batata – que o retorno fosse para algo mais duradouro, estável. E nada melhor que o Doce de Cidra, onde já estavam mesas e cadeiras que ele havia vendido de seu restaurante, tempos atrás.

O Doce de Cidra já não vinha mais funcionando no dia a dia – aliás, tinha um bufê por quilo delicioso, com puxada caseira, como a própria casinha aconchegante sugeria. Por dois anos ficou à disposição apenas para eventos.

A sugestão de Beto foi bem acolhida e os irmãos, Leandro e Letícia Teixeira, trataram de levar a coisa adiante. E surgiu a parceria. Semanas atrás a casa foi reaberta, para gáudio de todos os apreciadores do estabelecimento e da comida do Beto.

Funciona de quarta a sábado, a princípio. A ideia é incrementar as coisas com o tempo, inclusive com a volta da música ao vivo, das rodas de choro e de tudo o que atraia lá atrás. Afinal, todos são ligados à música, de uma maneira ou de outra. Os dois irmãos, por exemplo, são sobrinhos do Paulo Teixeira, guitarrista do Blindagem, um dos melhores que conheço.

Mas, enquanto a música não volta, as batatas já marcam a casa. São onze recheios diferentes, incluindo alguns clássicos, como o Mignon com cheddar, o de Linguiça Blumenau (os que mais saem) e o de Bacalhau, também muito pedido. Isso com preços que vão de R$ 30 a R$ 47 para as pequenas e de R$ 45 a R$ 63 para as grandes.

De entrada tem uma Salada caprese (R$ 34) e, para beber, vinho e cerveja, por enquanto. Além de águas, sucos e refrigerantes.

O Doce de Cidra tem capacidade – hoje, com os protocolos da pandemia – para 60 pessoas e atende (de quarta a sábado, portanto) das 18h às 22h, conforme decreto municipal estabelece.

Doce de Cidra, a aconchegante "casa de avó", que agora também oferece as inigualáveis batatas de Beto Amorim. (Foto: Foto: Anacreon de Téos)

Doce de Cidra – Comida e Arte

Rua Cândido Xavier, 521 – Água Verde

Fones: (41) 3408-1828 e 99601-7694 (delivery próprio)

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