Palavra que nem tinha pensado nisso.
A ideia era fazer um jantar com as coisas que tinha em casa, na despensa, no freezer ou na geladeira – como diz o pessoal da Confraria do Armazém, ali tem de tudo e mais um pouco.
Mas aí precisei comprar Campari, para o meu Negroni básico e efetivo. Foi na Adega Brasil Delicatessen, aquela que fica lá no alto da rua Cândido Hartmann. O preço era bom, conferi antes e fui lá buscar.
Quando o vendedor – Diogo, se não me engano - me atendeu, perguntando o que eu desejava, respondi: “Duas coisas, uma que sei que você não tem e outra que sei que tem”. Seriam o Campari, claro, razão de ter ido lá, mais um Pernod, aquele destilado de anis que é praticamente uma marca nacional da França.
Brinquei com isso, pois da última vez que comprei lá, há três anos, as unidades estavam acabando e custavam R$ 180. Depois disso, sempre informavam que o importador não estaria mais trazendo. E fim de conversa.
Diogo primeiro me disse que não tinha mesmo, mas quando se dirigiu à prateleira para pegar o Campari, surpresa: não é que dá de cara com algumas garrafas de Pernod? “Estavam no estoque, o pessoal não sabia” – justificou. E como um destilado não tem prazo de validade, ali estava novamente à venda, rótulo meio rasgado e coisa a tal. E bem mais em conta do que há quatro anos: R$ 148.
Lembrei-me na hora do prato do Chalet Suisse, Tagliatelle com camarões flambados ao Pernod, que tinha me motivado a comprar ali pela primeira vez em 2017 (fiz um post sobre isso, confira aqui). Foi o Prato da Boa Lembrança daquele ano e última criação do chef Arthur Saredi, falecido em julho do ano passado.
Lembrei e salivei na hora. Já estava mudada a ideia desse jantar.
Pensei nos belos camarões na Pescados Keli Mozer, do Mercado Municipal de Curitiba, e o Paulinho Mozer me garantiu a compra. Pronto, o jantar estava afiançado. Foi só pegar um vinho branco da adega – um viognier - para gelar um pouco mais e saiu.
Insisti no Pernod, porque o Alexandre Saredi, do Chalet Suisse, filho do Arthur, já me disse daquela vez: “Só use Pernod ou Ricard (o outro pastis francês), pois com licor de anis não dá certo”. E cumpri, tanto que só fui fazer o prato novamente agora.
Não é por nada, mas é delicioso. Já tinha até publicado a receita naquela postagem anterior, mas agora dei uma ajeitada nas partes, para as pessoas poderem compreender melhor. E como ainda tem Pernod no estoque da Adega Brasil, dá para abonar.
O prato ainda faz parte do cardápio regular do Chalet Suisse e, com esses tempos de restrições, está sendo servido só no delivery, por R$ 120.
Aliás, antes da receita, um pouco sobre o Pernod. Trata-se de um destilado de anis que tem a ver com a história da França. Tanto quanto o Arak representa para alguns países do Oriente Médio. A diferença é que o Arak é incolor e o Pernod, amarelado. E ambos, em contato com água ou gelo (que não deixa de ser água), se tornam leitosos na composição.
Um drinque de Pernod ou Ricard (ou até Arak), leva ¼ da bebida e ¾ de água. É só misturar e curtir.
Vamos à receita, então?
(Ah, sim... nem me lembrei de tomar o Negroni, que tinha sido o objetivo de tudo desde o começo.)
Chalet Suisse – Cozinha Internacional
Rua Fancisco Dallalibera, 1428 – Santa Felicidade
Fone: (41)3364-7889
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