Cauda de lagosta sapateira grelhada, com molho bisque. Para fazer em casa, gastar pouco e ganhar elogios.| Foto: Anacreon de Téos

O desafio da lagosta sapateira estava lançado.

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Sapateira ou cavaquinha são as definições, conforme a região do país, para uma prima da lagosta. Um crustáceo que, ao contrário da parente mais conhecida, não possui pinças e não tem espinhos na carapaça.

Mas o sabor é muito bom, há quem ache até melhor do que o da lagosta. Eu, particularmente, acho que depende muito de cada sapateira e cada lagosta.

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E o desafio? Descubro que a Pescados Keli Mozer, ali no Mercado Municipal de Curitiba, recebeu um bom estoque de sapateiras. E que, por isso mesmo, o preço baixou. Estão sendo vendidas a R$ 125 o quilo.  Bem em conta, para um produto de tamanha qualidade.

Tinha até outras ideias para o jantar, mas aquelas sapateiras ali na exposição, olhando para mim, me conquistaram. Mudanças de cardápio em casa. E como o jantar seria somente para um – eu, no caso -, tudo ficou mais fácil e não houve discórdia.

Trago uma cauda para casa, peso – dá 185g – e já penso na proporção dos demais ingredientes. Da bisque, porque essa vida de cozinheiro doméstico me ensinou a aproveitar ao máximo tudo que o alimento oferece. Como cascas de camarão e lagostins ou a carapaça da lagosta. Nesse caso, é só cortar em pedaços médios, colocar na panela com azeite, tostar e daí seguir o procedimento de um molho – no caso, a bisque.

Já tinha o prato na cabeça. Daí foi só seguir os procedimentos, até o momento de degustar essa iguaria, que, ao contrário do que se possa imaginar, não custa tão caro. Fazendo uma conta básica de preço e peso, a sapateira saiu por R$ 23, mais alguns temperos, demais ingredientes e condimentos. Chutando alto, diria que chegou a R$ 30 essa porção individual, mas acho que ainda deu menos que isso.

Pode fazer em casa que é garantia de sucesso. Aproveite esse fim de semana e tenha o prazer de saborear um crustáceo tão gostoso e atraente.

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Vamos à receita, então?

Cauda de lagosta sapateira grelhada, com molho bisque - feita em casa. | Foto: Foto: Anacreon de Téos

Dicas

  •  Se não encontrar o estragão fresco, que tem no Mercado Municipal, na banca da Sidneia, pode usar o seco.
  • Pode pedir na peixaria para cortar a cauda da sapateira ao meio. Aí fica bem mais fácil para retirar as duas tripas, que ficarão nas extremidades do corte. Se quiser cortar em casa, é só enfiar a ponta de uma faca na carapaça e baixar para o corte.
  • Para fazer o buquê garni, corte uma folha de alho-poró em 10 centímetros. Envolva, com ela, o tomilho, o louro e a salsinha, com talo e tudo. Amarre com barbante e use.
  • Para manter a carne da sapateira aquecida enquanto faz a bisque, usei o forno elétrico a 40ºC. Caso não tenha o forno, pode manter em banho-maria, com o cuidado para não cozinhar mais, pois pode ficar chicletuda.
  • Chinois é aquela peneira mais alta (que parece um chapéu chinês, por isso o nome), que é mais indicada para peneirar molhos e eliminar a parte sólida. Caso não tenha, pode utilizar peneira de aço normal, só cuidando para não deixar derramar por cima.
  • Para finalizar, usei um aro como artifício para juntar as peças de sapateira adequadamente no mesmo espaço. Se não tiver, pode fazer normalmente.
  • Dei um toque a mais, enfeitando o prato com uma colherinha de ovas negras de capelin (massago). É só um charme. Se quiser, pode picar uma ciboulette, que também dá bom efeito.

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