Amázzoni Gin, um incrível gin brasileiro que encara de frente os ingleses e holandeses. Já disponível no mercado curitibano. (Foto/ Divulgação)| Foto:

Sou pouco de destilados, a não ser quando se trata de gin. Aprecio muito, tanto que meu drinque favorito é o Negroni (gin, vermute e campari), mas também me quedo por um Gin-tônica – no verão, e com pepino – e, claro, pelo clássico Dry Martini. Conforme o gin, então, até quase puro, apenas com umas gotinhas de Angostura e umas pedras de gelo.

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Pois agora o mercado brasileiro ganha duas novas e interessantes opções. Uma surpreendente, brasileira, e outra clássica, inglesa. E olha que, pensando bem, dá para incluí-las num mesmo patamar.

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O gin nacional tive a oportunidade de provar numa noite dessas, no lançamento de novos drinques e petiscos do Officina Restô Bar, quando o mixologista (acho tão estranho dizer assim, preferia bartender) Diego Bastos, irrequieto e inspirado, como sempre, me preparou um dos quatro

novos coquetéis com gin. Foi o Eau de gin (Amázzoni dry gin, tintura de pimenta sichuan & cardamomo, ácido cítrico, xarope de açúcar demerara e aquafaba) e, quando disse ter gostado, pela intensidade do sabor, foi que me contou tratar-se de um gin brasileiro, oferecendo, a seguir uma bicadinha dele puro. Delicioso.A boa descoberta é o Amázzoni Gin, que é produzido no interior do Rio de Janeiro, a partir de fórmula do mixologista argentino Tato Giovannoni, e agora passa a ser comercializado também por essas bandas de cá. É bonito já a partir da garrafa, fabricada uma a uma, em vidro reciclado, que remete aos antigos frascos medicinais, molde exclusivo desenhado pelos sócios. O rótulo tem traços art nouveau e foi desenhado pelo ilustrador Thiago Modesto. São todas numeradas, personalizadas.

O Amázzoni Gin é um London Dry, com alma brasileira, e conta com 11 botânicos, entre os quais o zimbro (predominante, claro, pois é a alma de qualquer gin), o maxixe, o cipó-cravo, a castanha-do-pará e o cacau. Ainda entram na receita: mexerica, louro, limão siciliano, coentro e aroeira. Todos os ingredientes são macerados, não é utilizado nada de essência.

Em Curitiba, o Amázzoni Gin pode ser encontrado em lojas selecionadas, como a Liquor Store Brasil (Rua Comendador Araújo, 875), além dos bares Ginger, Gran Torino (Street 444), Nomaa Hotel, Officina, Ponto Gin e Tesoros de Cuba. O preço sugerido de mercado fica em torno de R$ 100 a garrafa de 750 ml.

Clássico inglês

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A história da criação deste premiado gin é bem interessante. E o responsável chama-se Martin Miller. Falecido em 2013, ele era um empresário carismático e bon vivant, que desenvolveu, desde cedo, um dom natural para os negócios. Fez fortuna depois de fundar um guia de antiguidades (Miller’s Antiques Price Guide), criar uma rede hoteleira de sucesso e, por fim, desenvolver e comercializar seu próprio gin.

Conta-se que Miller estava em um pub inglês com amigos, pediu um gin e recebeu uma bebida de qualidade duvidosa e pessimamente servida. A partir disso, decidiu não apenas fazer mais um Gin, mas fazer o melhor de todos. Para tanto, inovou nos métodos de destilação, separou os ingredientes para obter um sabor mais intenso de cada um e, o mais importante, usou a água mais pura de todas.

Martin descobriu que a água da Islândia não tem qualquer poluição e é a mais suave que existe. Não se assustou com a distância e, já que a água não poderia viajar para a destilaria, levou a produção final dos ingredientes da Inglaterra até à Islândia, onde o gin é engarrafado. Por isso, Martin Miller’s é conhecido como o Gin das 3.000 milhas. Usando uma técnica dupla de destilação (botânicos terrais são destilados separados dos botânicos cítricos) obtém-se uma bebida suave ao paladar e equilibrada. Os botânicos são zimbro, angélica, casca de limão siciliano, casca de laranja, sementes de coentro, noz-moscada, Cássia, Iris Florentina e raiz de alcaçuz.

O preço sugerido ao consumidor, em Curitiba, é R$207,90, e pode ser encontrado na Adega Brasil e na Família Farinha.

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