O Ile de France é uma instituição. Impossível abordar a gastronomia de Curitiba sem citar, obrigatoriamente, o primeiro restaurante francês aberto na cidade. E olha que já faz um bom tempo, 65 anos, completados exatamente neste abril.
Só que ultimamente – e comentava isso sempre com os amigos e pessoas próximas – o Ile parecia ter parado no tempo, servindo seu menu exatamente como há décadas atrás, com aqueles pratos enormes de – por exemplo – arroz ou batata palha, como acompanhamento, resistindo aos empr
atados.
E outro ponto que pegava era o preço, por vezes incompatível com a realidade atual do consumidor brasileiro, o que inviabilizava visitas mais constantes à casa. No fundo do fundo era o custo daquela porção a mais no acompanhamento e em alguns outros itens, um beco sem saída.
Ou não. Bastaria apenas se adequar à realidade atual dos mais conceituados restaurantes, abrir mão de alguns conceitos importantes – mas já não mais tão eficazes – para encontrar um reencaminhamento. E foi justamente o que aconteceu, para júbilo de seus tantos fieis clientes e admiradores: o Ile de France se renovou.
Contando com a consultoria de uma chef talentosa e sensível, Renata Abreu (ex-Zea Maïs, Vin e Bobardí, hoje responsável pela cozinha de um empreendimento particular, edifício de alto luxo), o restaurante passou a ser remodelado. Não em seu cardápio, intocável (recomendação correta dos proprietários ao contratá-la), mas no conceito, na plástica, na apresentação, a caminho de buscar e atualizar os anos que haviam ficado para trás.
E agora, prazerosamente, a casa anuncia o início dos novos tempos, com a proposta de um novo cardápio, numa lista que inclui os principais pratos criados ao longo dos 65 anos, presentemente servidos em pratos individuais e com novas opções de acompanhamento, à escolha do cliente.
Claro que os habituês da casa ainda poderão rememorar o serviço tradicional e compartilhar os dois pratos estrelados que compõem a seleção Classique: Filet strogonoff e Strogonoff de crevettes (camarões).
A principal novidade fica por conta das opções “Prix Fixe”: três menus selecionados que incluem entrada, prato principal e sobremesa a preços fixos. São três opções, com preços crescentes, como ocorre em restaurantes da França, que costumam exibi-los em quadros-negros, na porta de entrada.
A primeira alternativa: Endive en salade, Filet de poisson aux raisin (aquele delicioso filé de peixe com uvas brancas e uvas-passas) e Crème de framboise, a R$ 144 por pessoa. Já o menu intermediário começa com Vol-au-vent de crevettes, seguido de Confit de canard e Profiterole au chocolat e custa R$ 156 por pessoa. Finalmente, Steak tartare, Filet de poisson et sauce tomate e Crêpe Suzette, a R$ 178.
Cadeados do amor
Para marcar a data, os proprietários do restaurante, Clara e Jean Paul Decock, tiveram uma bela ideia. A clientela da casa é convidada a declarar o seu amor pelo clássico restaurante francês, prendendo um cadeado com suas iniciais ao corrimão da entrada, em alusão à icônica Pont des Arts, de Paris, que tinha suas grades laterais inteiramente cobertas de cadeados com promessas de amor dos apaixonados (foram retirados em 2015 por estarem, com o peso, comprometendo a estrutura da ponte, mas estes voltaram a ser colocados na ponte seguinte do Rio Sena, a Pont Neuf).
Os cadeados são distribuídos para os clientes, que podem personalizá-los no próprio restaurante e dispensar as chaves em uma caixa, que, no próximo aniversário do Ile, será depositada no Rio Sena, em Paris.
O Ile de France funciona de segunda a sábado, das 19h à meia noite, e certamente merece uma visita de quem sempre esteve lá (ou de quem iria pela primeira vez), agora para conhecer o novo conceito e as novas ideias da casa modernizada, embora sem perder um pingo de charme desses 65 anos vitoriosos e saborosos.
Uh, la la!
Ile de France
Praça Dezenove de Dezembro, 538 – Centro
Fones: (41) 3223 9962 / 3232 7220
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