Panela do Anacreon

Guinada radical

Kahlua mudou tudo, agora virou pizzaria. E não é que deu certo?

20/07/2019 às 09:37

Pizza Vitória " pomodoro pelati italiano, muçarela, tomate, queijo brie e presunto parma italiano. Uma das assinaturas da nova Pizzaria Kahlua. (Foto: Marcelo Krelling)

Sempre fico com um pé atrás a observar as mudanças de rumo em restaurantes. Aquela proposta de à la carte que logo passa a rodízio e daí cria combos e outros artifícios. E quando põe feijoada aos sábados, então, é anúncio de fim próximo – costumo dizer.

Mas de vez em quando essas guinadas dão certo. Raramente, muito raramente. O que pode ter sido o caso do Kahlua, inaugurado há pouco mais de um ano com pegada de comida portuguesa e italiana (veja aqui) e que dali uns meses já trocava de chef (aqui), que também durou pouco tempo até o próprio dono assumir a cozinha.

E aí, no fim do ano, o aviso: férias coletivas, com previsão de retorno para março, com novidades. Que seria a mudança de rumo, deixando a cozinha internacional para transformar a casa numa pizzaria. Demorou um pouco mais, ficou para maio.

Daria certo? Palavra que duvidei, perante tanta instabilidade de gestão.

E não é que deu? Tive a oportunidade de tirar a teima dias atrás, provando algumas das pizzas e sentindo o novo astral do empreendimento comandado por Marco Aurélio Souza, que é quem prepara pessoalmente cada uma delas.

<em>Pizza Margherita, um dos clássicos favoritos</em><a>. | Foto: Marcelo Krelling.</a>

São mais de 30 opções de pizza, com massa de tripla fermentação, feita à mão e 100% com farinha italiana. A massa é fresca, aberta à mão ao modo napolitano. É elaborada com um blend de farinhas italianas tipo “00” (Manitoba, Superiori e Pietra) com um corte exclusivo do restaurante. O desenvolvimento também segue o padrão napolitano, sem aditivos ou qualquer químico, apenas utilizando azeite de oliva extra virgem. A fermentação é tripla, do tipo longa (72 a 96 horas), o que significa maturação exata e controlada para produzir sabor, cor, digestibilidade e textura perfeitos. É muito macia, crocante nos pontos mais assados e bem saborosa.

No cardápio, além dos sabores clássicos, como Calabresa, Portuguesa e Margherita (as favoritas do consumidor curitibano), a Kahlua oferece pizzas tipo italianas, como Burrata (pomodoro pelati italiano, muçarela, tomate-cereja, rúcula, burrata, presunto parma italiano e lascas de amêndoas) e Diavola (pomodoro pelati italiano, muçarela, fior di late, pepperoni, azeitonas pretas e tomates).

Há ainda uma seleção de pizzas exclusivas da casa, como a Trapani (pomodoro pelati italiano, funghi, parmesão, muçarela de búfala, orégano e manjericão), a Vitória (pomodoro pelati italiano, muçarela, tomate, queijo brie e presunto parma italiano), de Camarão (pomodoro pelati italiano, muçarela de búfala, camarão, parmesão e cheiro verde) e a agridoce Abricot e Serrano (pomodoro pelati italiano, muçarela, ricota, presunto serrano, amêndoas, geléia de damasco e hortelã), dentre outras.

Embora arriscada, como qualquer guinada radical, a mudança na linha do restaurante parece ter dado certo. A torcida agora é que mantenha o rumo e siga em frente, proporcionando momentos de bom paladar para muita gente.

Os valores são a partir de R$ 45 para as pizzas pequenas e a Kahlua funciona todos os dias, das 18 às 23h30. A casa não cobra rolha e também tem delivery.