L’Épicerie apresenta seu incomparável mignon em menu completo de R$ 64

Por Anacreon de Téos
23/02/2016 às 16:08

Mignon au poivre et gratin dauphinois, uma das opções de mignon do L’Épicerie, no menu fechado de R$ 64. (Foto/ Anacreon de Téos)

Salade Bel Air, abrindo o menu especial de terça a quinta. (Foto/ Anacreon de Téos)

Há sempre uma maneira criativa de se contornar a crise. Em vez de queixas e lamúrias, inspiração e soluções alternativas. Vale muito, também, para o setor gastronômico, que sofre com a considerável queda de frequência dos últimos meses.

Dias atrás tive a oportunidade de escrever aqui sobre a saída encontrada pelo Restaurante Kan ao lançar um Menu-degustação que é o maior sucesso. Fui constatar os resultados no fim de semana e vi a casa lotada, com fila na sala de espera e o sorriso no rosto dos responsáveis.

Pois bem, o Bistrot L’Épicerie também anuncia novidades. A começar pelo novo visual da casa, que deu uma revigorada no ambiente interno. Saiu um pouco daquele tom mais pesado, com a predominância no vermelho, e algumas matizes mais claras apareceram nas paredes. Também houve uma redistribuição das mesas e a colocação de uma cortina (vermelha) na entrada, impedindo a entrada do ar frio externo a cada abertura de porta para chegada ou saída de cliente (o que incomodava as mesas mais próximas). Essas mesas da entrada, inclusive, estão mais isoladas em relação às demais e ganharam mais privacidade para reservas especiais mais discretas.

O resultado final é muito bom, atraente e aconchegante. Também, pudera! A responsável pelo projeto de revitalização visual da casa foi a arquiteta Kethlen Ribas Durski, encarregada dos projetos do Restaurante Durski e de todos os tantos Madero espalhados pelo Brasil e no exterior. Não teria erro, tiro certo no bom gosto.

Mas, além disso, o simpático bistrô ainda encontra outras fórmulas de manter seus clientes fiéis e atrair novos frequentadores. A começar pela liberação da rolha nos fins de semana. Com o preço do vinho atingindo patamares assustadores (principalmente no Paraná, por força da Substituição Tributária e do aumento do ICMS), o repasse nos preços ligou o sinal de alerta entre alguns comensais. E a abolição da rolha nas sextas e sábados permite ao cliente consumir o clássico cardápio da casa, harmonizando com o vinho que decidir levar. A proposta já vem dando resultados expressivos nos primeiros dias de validade.

Para os outros dias da semana a ideia é outra, a da apresentação de um cardápio fixo e definido, um menu-degustação pré-estabelecido, também com valores conhecidos. O menu se chama “Les sauces en fête” (A festa dos molhos), está disponível de terça a quinta e é composto de entrada, prato principal de mignon e sobremesa ao preço fixo de R$ 64.

Isso dá uma segurança ao consumidor, sabendo exatamente o valor a pagar por seu jantar e permitindo-se, assim, a poder escolher um vinho ou outra bebida de acompanhamento.

Crème caramel, a sobremesa clássica para fechar o menu. (Foto/ Anacreon de Téos)

De entrada, Salade Bel Air, um clássico dos mais simples da cozinha francesa, com folhas, nozes, um toque de mel e mostarda e queijo emmental ralado. O prato principal é o apreciado mignon da casa (fornecido pela Bull Prime Carnes Nobres), exatamente no ponto desejado pelo comensal. E aí entra a festa dos molhos, pois o cliente pode escolher o de sua preferência entre Poivre, Mostarda, Ervas ou Maitre d’hotel (à base de manteiga e limão) – todos são acompanhados de gratin dauphinois, finas camadas de batata assadas (gratinadas) com creme. Para sobremesa, outro clássico, Crème caramel, caprichadíssimo, ao melhor estilo original, com as sementinhas da baunilha marcando presença no visual.

A promoção já funciona como um pré-lançamento desses molhos também para consumo externo. A exemplo do que o L’Épicerie já fez com suas geleias, lançadas no mercado em 2014 (leia aqui), daqui algumas semanas os quatro molhos estarão sendo comercializados em uma rede de supermercados e em delicatessens, além de estarem disponíveis para venda no próprio restaurante.

Os últimos seis meses foram difíceis para todos e os restaurantes de ponta foram os que mais sentiram os efeitos da crise vivida no país. Mas, no caso do L’Épicerie, os primeiros sinais de melhores dias já começam a aparecer com as medidas adotadas para atrair mais clientes sem baixar a qualidade de seus produtos.

Solução criativa, bem pensada e melhor aplicada por Fanie Delatte (restauratrice) e Gustavo Alves (chef), os proprietários do bistrô mais francês que Curitiba conhece e que já integra a história da gastronomia da cidade nos seus nove anos de existência.