Receita das antigas, Lulas à Marselhesa. Pra fazer, agradar e gastar pouco.
Dos tempos em que aguardava ansiosamente a publicação da revista Cláudia só para conferir o caderno de receitas.
Isso era lá pelos anos 80 e, exceto por alguns fascículos (que também colecionei), não havia outra fonte de receitas que não fossem os cadernos antigos de mãe e avós.
Só sei que achei interessante e resolvi fazer as tais Lulas à Marselhesa. Talvez tenha sido a primeira vez que provei esses moluscos e, já de pronto, aprovei. Eu, não, a família, que sempre esteve aberta às novas sensações e aos novos sabores. Isso incluía filhos pequenos, que, desde sempre, aprenderam a primeiro provar para depois poderem gostar ou não.
Fiz algumas vezes nesses mais de 30 anos. E sempre com sucesso. Por isso me lembrei de postar aqui, para que todos possam fazer em casa. Nem precisa ser um perito com as panelas para obter bom resultado.
Aproveitei o gancho de oferta de lindas lulas lá no balcão da Pescados Keli Mozer. Lulas daqui, de nosso litoral, não aquelas grandonas, chilenas, que não passam tanto sabor - pelo menos é o que eu acho.
E com preços bem interessantes. Se comprar inteiras, para limpar em casa (não é difícil, mas exige um pouco de atenção e cuidado), as menores custam R$ 35 e as maiores R$ 54 o quilo. Levando-se em há uma perda em torno de 30% do peso para depois de limpas e que serão necessários 600g delas limpas, para quatro pessoas, comprando 850g dá até uma sobrazinha. E fica por R$ 30, ou seja, R$ 7,50 por pessoa.
Mas eles também vendem as lulas limpas. Aí o preço é R$ 38 o quilo. É só fazer a regra de três para 600g pra ver que fica mais em conta ainda.
Bem, as minhas comprei inteiras e limpei na hora. Prefiro assim, pois, conforme a receita, posso aproveitar as bolsas de tinta para completar o prato.
O preparo
Quando estava começando a fazer a mise en place para encaminhar o prato, me deu um insight. Ia pegando o arroz comum, esse nosso branco ou o parboilizado de cada dia. Mas daí me caiu uma ficha.
Peraí, se são “à marselhesa”, será que eles usariam por lá esse arroz? Tenho Arroz bomba em casa, aquele que os espanhóis usam na Paella (e que tem para vender na rede Festval). E Valência não fica longe, uns 600km dali, ambas de frente para o Mar Mediterrâneo. Logo, também deve pairar pelo Sul da França.
Troquei o arroz, pois o “bomba” é mais gordinho e tem bem pouco amido, o que deixaria o prato mais consistente. E não é que deu certo? Aliás, muito certo. Foi a melhor de todas as preparações que fiz para esta receita.
Por isso faço questão, agora, de compartilhar aqui. Mas pode fazer com o arroz normal, que também funciona. E, se voltarmos aos números, deixa o prato bem mais em conta, pois a medida de xícara recomendada fica, no máximo, por R$ 4. Com mais uns complementos, o prato sai por R$ 12 por pessoa, no máximo.
E com o maior charme, já a partir do visual dourado que leva à mesa.
Vamos conferir a receita, então?
Açafrão?
Depois de já ter a receita quase publicada, me surgiu outra questão: será que usar cúrcuma não foi uma solução nacional daqueles tempos? Se é de Marselha e região, certamente seria o açafrão, como na Bouillabaisse, prato típico e assinatura daquela cidade francesa?
Talvez da próxima vez eu experimente assim. E aí, é claro, já não será tão barato assim.
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