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Montecristo, preço bom e prato cheio. Do jeito que o curitibano gosta

Romeu e Julieta, cortes exclusivos, extraído do miolo da picanha e do bife ancho. (Foto/ Jorge Mariano)

O couvert tem salada, cebola assada, chimichurri, creme de queijo e pães. (Foto/ Jorge Mariano)

Bem ao gosto do curitibano, carnes e massas. A proposta do Montecristo Wine Steak Pasta é combinar as boas carnes argentinas com algumas massas em seu cardápio. Combinação infalível, que deve impulsionar a nova casa, aberta onde funcionava o restaurante Alfredo’s Gallery (a cujo fechamento me referi pouco tempo atrás).

São três os sócios do empreendimento – Rodrigo Souza, Márcio Bandeira e Valmildo de Medeiros -, todos com boa bagagem na área de gastronomia. Para que se tenha uma ideia, Medeiros foi gerente do Rubaiyat em Madrid e em São Paulo (e esteve aqui no Badida); Bandeira, maître da rede em Madrid e Souza na gerência de grandes grupos, como Rubaiyat e Coco Bambu. E essa experiência levou à fórmula do sucesso: bons produtos, bom atendimento e nada de afetação (exceto no nome, claro). E o fator principal, que agrada muito ao curitibano: fartura. Os pratos são, em sua maioria, para duas pessoas com fome.

A cozinha está a cargo do chef Michel Soares, com passagem pelo Alessandro & Frederico. E o assador, o parrilleiro, é José Ferreira, outro que veio do Rubayat, mas também com passagem pelo Varanda Grill. Currículo de respeito, portanto.

O couvert da casa é bem atraente (R$ 9,90 por pessoa). Vem com salada de folhas, cenoura ralada e molho de maracujá, um potinho com chimichurri (que deve ser guardado para esperar a carne), outro com creme de queijo artesanal ou patê, cebola assada (muito boa, com o toque adocicado da própria cebola) e cesta de pães (todos feitos no próprio restaurante).

Palmito pupunha assado com manteiga de garrafa. (Foto/ Jorge Mariano)

Um dos destaques no rol de entradas é o Palmito pupunha grelhado com manteiga de garrafa artesanal (R$ 24,90). Tudo bem, hoje qualquer churrascaria serve pupunha na grelha. A diferença aqui é a manteiga de garrafa (clarificada), que realmente dá um toque especial. Apreciei também a curitibaníssima Carne de onça (R$ 14,90), com o tempero especial do chef que a coloca no meio do caminho rumo ao tradicional Boeuf tartar francês – tem mostarda (clara e escura), pimenta e ketchup no molho, mais alcaparras e cebola roxa misturadas à carne. A rigor, pensando bem, não poderia ser chamada Carne de onça, que tem lá suas regras de origem. Mas o resultado final da alquimia é bem interessante. Ainda de entradas, linguiça (R$ 2,90 a unidade), Bruschetta pomodore (é assim que está no cardápio) (R$ 12,90), Provoleta assada (R$ 14,90) e um Rib de costela suína (R$ 2,90 a unidade), que é um nome meio estranho, mas quer dizer o ossinho da costela e a carne que o envolve. Estranho porque rib e costela querem dizer exatamente a mesma coisa: costela da costela, ficaria então.

Compondo as parrillas, doze tipos de carnes argentinas – algumas com cortes exclusivos. Entre elas, o Romeu e Julieta, dois nacos de carne, extraídos de miolo da picanha e do bife ancho (R$ 99,90); Picanha Montecristo, tirada do coração da picanha (R$ 99,90); Carré de cordeiro (R$ 94,00) e Fraldinha argentina (R$ 79,90). No valor das carnes estão incluídas duas guarnições, que podem ser escolhidas entre, por exemplo, o tradicional Arroz Biro-Biro, Farofa tropeira, Batata rústica, Farofa de ovos, Polenta frita, Banana à milanesa, Maionese e outras. Quer dizer: aí já entra um lado bem brasileiro no sabor. E que, por consequência natural da carreira dos proprietários e do assador, tem algo do que o Rubayat apresenta em seus acompanhamentos, a começar pelo Arroz Biro-Biro, hit por lá.

A massa e o mignon, combinação respeitável. (Foto/ Jorge Mariano)

Como por aqui a combinação entre carnes e massas tem ótima receptividade, o lado italiano do menu apresenta essa fusão de sabores. Todas as massas são servidas acompanhadas de filé mignon, em generosas porções. E assim chegam à mesa, como o Ravióli de brie com damasco (R$ 89,90) ou Tortelli di zucca com carne seca (R$ 89,90), ambos bem saborosos, guarnecidos ainda pelo molho de preferência entre sete sugestões (Alho e óleo, Alfredo, Funghi, Tomate, Quatro queijos, Ragu de mignon ou Creme e carne seca). Por mim, na escolha, bastaria apenas a massa, mas esses pratos também servem duas pessoas. O cliente, se preferir, pode trocar a massas por um risoto com carne, camarão ou salmão.

Trio de petit gâteau com sorvete. (Foto/ Jorge Mariano)

Encerrando a refeição, Festival de sobremesas (R$ 25,90). O Festival de petit gâteau traz três unidades, nos sabores doce de leite, goiabada e chocolate, mais sorvete de baunilha. O Trio de crepes tem os sabores banana com canela, doce de leite, prestígio e a bola de sorvete. Mas é possível pedir as sobremesas por unidade ou ainda experimentar outras sugestões, como a Panna cotta da ilha com calda de frutas vermelhas (R$ 12,90).

A carta de vinhos, elaborada em parceria com a importadora Decanter, tem boas opções para todos os preços.

Ah, sim, de segunda a sexta-feira, o Montecristo oferece duas opções para o almoço executivo, que veriam conforme o dia. Todos os pratos servem duas pessoas e custam R$ 69,90, com couvert incluso.

Para dois ou três

A comida é muito boa e, como deu para perceber, muito farta. E aí é que sempre tem um inconveniente. Não se dá atenção a quem come pouco ou vai sozinho. Porque o preço de meia porção (e isso é prática em outros restaurantes, já escrevi aqui) não é a metade e sim 70% do valor do prato inteiro do cardápio. Aí fica caro, vamos convir. Um prato de R$ 90 para dois, com atraentes R$ 45 por pessoa, ficaria em R$ 63 para uma escolha individual. E se forem duas pessoas de paladares diferentes, cada um delas pedindo o próprio prato, a conta iria para perto de R$ 130 (palavra que continuo não entendendo essa matemática, que divide o prato em dois e o preço não).

Portanto, se sua companhia tiver paladar semelhante ao seu, pode ir sem erro, que vai pagar preço bem em conta e ter a oportunidade de provar bons pratos, carne macia (que vem sempre no ponto solicitado pelo cliente) e massas al dente. E como disse lá em cima, o curitibano gosta muito dessa combinação de fatores: volume e preço. Boa combinação para dar certo.

O restaurante funciona de segunda a sábado para almoço (11h30 às 15h) e jantar (19h às 23h – sexta e sábado, até meia-noite). Domingo é só almoço, das 12h às 16h.

Não tem estacionamento próprio, mas conta com valete à porta, nos dois horários.

Um dos salões do Montecristo, preservando boa parte do que já existia no restaurante anterior. (Foto/ Jorge Mariano)

Montecristo Wine Steak Pasta

Rua Silveira Peixoto, 765 – Água Verde

Fone: (41) 3042-4212

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