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O alto astral e a cozinha deliciosa da Casa da Li

Anacreon de Téos
A “Porchetta recheada da Casa da Li”, a crosta crocante, a carne se desmanchando e o recheio ao gosto do cliente.

Já tinha ouvido falar e vinha acompanhando pelas redes sociais – sua lasanha era famosíssima. Há pouco mais de um ano Eliane André, a Li, abriu sua rotisseria, a Casa da Li, em São Paulo, oferecendo ao público em geral o que apenas alguns privilegiados tinham, até então, o prazer de experimentar nos eventos dos quais participava como responsável pela mesa de sabores.

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Porchettas recheadas de damasco e vegetariana (o recheio, claro), expostas no balcão da rotisseria.
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A porchetta tradicional, com o recheio italiano, a referência da casa que foi até capa da Gosto.

Foram anos e anos somente com eventos (quando a chef Roberta Sudbrak ia cozinhar em São Paulo era Li seu braço direito) e conquistando seguidores. Ao se estabelecer na estreita rua da Vila Madalena conseguiu levar para lá todos os “amigos”, que é como considera quem aparece para comer em sua “Casinha”. Especialmente chefs de cozinha e gente ligada à gastronomia, os principais incentivadores desse seu empreendimento.

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Eliane André, a Li, e suas sorridentes cabeças de leitoa. Apetitosas, por sinal.

E o que mais me surpreendeu foi a maneira como entramos em contato. Foi ela quem começou a me seguir, no blog. Quanta honra! E a cada novo prato que experimentávamos lá vinha um comentário guloso daqueles de fazer sentir ainda melhor.

Dois meses depois de abrir a Casa da Li ganhou um espaço definitivo no meio gastronômico nacional. Foi capa da revista Gosto com uma foto apetitosa da lavra de Reinaldo Mandacaru, um ícone nessa área da fotografia. Foto de sua porqueta, chamando para a matéria “Porchetta, o jeito italiano de assar carne de porco” – desossada e recheada. Água na boca de pronto e a certeza de um dia poder ter a chance de experimentar.

Pois a chance chegou, no feriadão para atualizar os sabores de São Paulo. E o resultado não poderia ter sido mais interessante: é tudo melhor ainda. E Li faz mesmo daquele espaço uma extensão de sua casa, tal o afeto como recebe as pessoas.

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A berinjela em salada com cebola roxa, para começar o desfile de atrações da casa.
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Tomates italianos assados com azeite e alho. Tudo começava muito bem.

Chegamos falando da porqueta, é claro, mas tão feliz ela ficou que parecia criança querendo exibir todos os brinquedos do armário. E nós – Graça e eu – ali, olhos arregalados a apreciar aquele desfile de aromas e sabores.

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Uma colorida salada de folhas, raízes e brotos, bem do jeito caseiro.

Começou com uma Berinjela em salada com vinagrete de cebola roxa – sem nenhuma ardência ou acidez. Em seguida, quase junto, Tomates italianos assados com azeite e alho – perfumadíssimos e até levemente adocicados pelo sabor natural dos tomates. Completando, uma colorida Salada de brotos, folhas e quetais com um delicado vinagrete.

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Alcachofra recheada com farofa e vinagrete – começavam os pratos quentes.

O primeiro dos pratos quentes foi uma Alcachofra recheada, com vinagrete de mostarda. Mas aí já apareceu um bolinho meio que fora de ordem. “A Li mandou experimentar”, disse a simpática garçonete. Bolinhos de pato com molho de tamarindo, apetitosos. Mas assim, de coadjuvantes?

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Bolinhos de pato com molho de tamarindo. Pode tanta sutileza?
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Terrine de fígado para completar a gula de quem ficou espiando no balcão.

Enquanto esperávamos os pratos principais, comentei ter achado interessante o visual da Terrine de fígado que estava no balcão. Por quê? “Esse cara é um especialista em terrines, vejo sempre no blog dele” – disse Li, ordenando a imediata apresentação de uma fatia à mesa. Muito saborosa – será que eu faria igual?

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A Porchetta, com (no sentido horário), purê de maçã, pastéis de queijo, vinagrete de banana e feijão com cachaça. Delirante!

Aí veio a Porqueta! Meu Deus! Só que não sozinha. Muito bem acompanhada por uns pasteizinhos de queijo, um purê de maçã (o melhor de todos que experimentei, acho que sem cozinhar muito), arroz, feijão com cachaça e um vinagrete de banana que faltou argumento pra explicar. É, realmente é isso tudo e um pouco mais. Parada obrigatória para quem vai almoçar em São Paulo.

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A Berinjela assada com recheio de pastel (não é assim que ela chama, mas é bem isso). Sequinha, diferenciada.

A Graça, berinjelista militante, pediu uma Berinjela assada com recheio de pastel (definição nossa para um recheio com carne moída, azeitonas verdes, ovos cozidos e temperos verdes) e ficou com um sorriso enorme de quem também gostou.

Voltarei lá quantas e tantas vezes puder. Mesmo porque a Casa da Li é nova, ainda está se sedimentando e fazendo sua clientela, tem ainda muito pela frente. Altamente recomendável para quem sofre da extrema necessidade de comer bem e ser muito mais que bem tratado.

A casa funciona de terça a sábado das 11h às 19h e nos domingos das 11h às 16h. O almoço é servido das 12h às 15h, mas no restante do dia sempre há o que se beliscar por ali.

Casa da Li
Rua Aspicuelta, 23 – Vila Madalena (SP)
Fone: (11) 3871-1002

Entre em contato:
Blog anterior: http://anacreonteos.blogspot.com/
Twitter: http://twitter.com/AnacreonDeTeos
E-mail: a-teos@uol.com.br

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