Fazia tempo que não ia lá. Almoço, para mim, é sempre muito complicado, por conta de inúmeros compromissos que surgem sempre no começo da tarde. E, cá entre nós, não vale a pena comer na correria, não é?
Até que calhou de surgir um sábado sem futebol e sem trabalho à tarde. Finalmente havia chegado o dia de matar saudades das comidinhas e dos sabores da chef Kika Marder (Chef 5 Estrelas do Prêmio Bom Gourmet) no bistrô Sel et Sucre, um cantinho de prazer ao paladar ali no Batel.
O cardápio é curto (como entendo devam ser os menus das boas casas do ramo) e, ainda assim, gera dúvidas na escolha dos pratos, pela tentação que cada uma das sugestões provoca nos desejos da gente. Gosto do sistema de cobrança, que tem muito a ver com o que é feito lá fora, com o valor total do menu fechado e não de cada prato individualmente – com direito a escolher todas as etapas.
Para se ter uma ideia, no dia a dia o menu fechado custa R$ 78, com direito a entrada, prato principal e sobremesa. Aos sábados, quando um prato especial entra como sugestão do dia, o valor, com esse prato, passa a ser R$ 84. E quem quiser levar para casa o Prato da Boa Lembrança, paga R$ 99 (com direito a uma salada de mini folhas de entrada) e saboreia um delicado Coq au vin com spätzle de cenoura, sautè de cogumelos e bacon crocante.
Enquanto não vinha a entrada, voltei a me encantar com a Manteiga de ervas do couvert. É divina e tem a vantagem de poder ser levada para casa (vendida a R$ 22, num potinho). Tão boa, que terminou o pão e passei a comer só a manteiga, sem o menor pudor.
De entrada veio a Salada cremosa de bacalhau à tia Juju (bacalhau desfiado, batatas confitadas em azeite extra virgem, uvas verdes, azeitonas pretas e mostarda ancienne). Vem numa taça, atraindo já pelo visual e correspondendo toda a expectativa no sabor.
Para prato principal, ia indo pra o mignon com roquefort, que era o prato do dia. Mas a chef veio lá de trás para me dizer que “mignon você come sempre, precisa experimentar o nosso polvo”. Não precisou sugerir duas vezes e dali a pouco veio o Polvo grelhado em azeite de ervas, sautè de cogumelos, alho-poró com batatinhas cortadas ao alecrim. Irrepreensível, macio como poucos que experimentei nos últimos tempos. A cama de alho-poró, onde o polvo é acomodado, completa com propriedade o sabor do molusco.
De sobremesa, Taça cheesecake de queijo da Serra da Canastra com goiabada-cascão mole e farofinha doce de castanhas. Complemento perfeito.
O Sel et Sucre ainda disponibiliza um Escalope de mignon grelhado com linguini na manteiga ou ao molho de tomates frescos no Menu Kids (R$ 45,50), com direito a cestinha de batatas chips e uma panelinha de brigadeiro de colher.
Há algumas cervejas comerciais (falta alguma artesanal, não falta?), águas, sucos, refrigerantes, chá e uma carta de vinhos restrita, mas com opções interessantes, sem exagero nos preços. Também em taças, uma opção de espumante, outra de branco e outra de tinto.
Tudo de acordo com a delicadeza da comida concebida por Kika Marder. E ainda, para completar, o acolhedor ambiente do pequeno bistrô, com 30 lugares internos e mais outro tanto lá fora – desde que o guarda-sol consiga proteger o cliente nesses dias de muito calor.
É sempre bom voltar lá e certamente o faria mais vezes se não fosse o restrito horário de almoço. Pensei até em propor uma campanha para a casa abrir à noite pelo menos uma vez na semana. Será que alguém que acompanha na ideia?
Sel et Sucre Bistrô
Alameda Presidente Taunay, 396 – Batel
Fones: (41) 3077 – 6647 | 3501-7009 | 9576-0010
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