A definição não pode ser bem específica, fica num meio termo entre churrascaria, restaurante e bar descolado. Mas tem nas carnes o foco principal, embora ofereça também opções de peixes e outras alternativas. A ideia é servir cortes especiais com acompanhamentos e bebidas pouco usuais em uma churrascaria comum, que geralmente giram em torno apenas da cerveja, caipirinha e maionese.
Funciona onde antigamente era a pizzaria Gepetto, chama-se OX Steakhouse (pronuncia-se óquis) e a inspiração veio das steakhouses dos Estados Unidos, onde o churrasco é servido em um ambiente diferenciado e mais aconchegante. Não há rodízio e nem pressa para servir. O objetivo é fazer com que o cliente se sinta à vontade.
Quem trouxe a ideia foi o gaúcho Andrei Nazario, um dos sócios da casa (o outro é Rodrigo Formighieri), que passou 18 anos nos Estados Unidos trabalhando em diversas frentes, entre elas auxiliando na abertura de filiais da cadeia de restaurantes Texas de Brazil e que agora, estabelecido em Curitiba, decidiu implantar por aqui esse conceito.
O espaço é muito bonito, bem aproveitado e aconchegante. Foi concebido pelo arquiteto Guilherme Bez, que se inspirou em outras casas do gênero e, por cima, deu seu toque pessoal. Com capacidade para até 250 pessoas, a OX Steakhouse é dividida em três ambientes com diversos tamanhos de mesas. Há o deck externo com um dos lados do bar de frente para a rua, a parte interna à meia luz, com sofás e uma picape de DJ, e a área dos fundos, com uma imensa araucária e um telão de 14 metros – onde são exibidos eventos esportivos e espetáculos musicais. Tem ainda uma ‘pitsmoke’, uma churrasqueira de método texano de cocção, para acompanhar uma tendência da moda.
Carnes e pescados
Sim, há o churrasco norte-americano, mas, para os apreciadores de nossa carne como ela é, também tem, felizmente, o churrasco sul-americano. Ou seja, dá para contentar todos os gostos. São, ao todo, 18 pratos criados pelo próprio mestre churrasqueiro, 21 opções de drinques autorais e releituras e uma carta de vinhos com rótulos de 15 países, entre eles do Líbano, Nova Zelândia, Austrália e, como não poderia deixar de faltar, dos Estados Unidos.
O cardápio é dividido em opções para o happy hour, entradas, saladas, principais de carnes e frutos do mar, surf’n’turf (do mar à terra) e sobremesas. Todas as carnes são de bois da raça Angus e Wagyu, trazidas diretamente do Rio Grande do Sul para serem selecionadas na própria casa.
O carro-chefe é o Tomahawk (do dianteiro do boi são escolhidas as quatro primeiras ripas da costela, com o short rib e parte do acém) com manteiga de ervas e vegetais da época (R$ 141,15) que serve até duas pessoas. Outro muito pedido é o Flank Steak, um corte semelhante à fraldinha, servido com molho de mostarda Dijon e trio de batatas gratinadas (R$ 62,20 também para duas pessoas).
Há ainda a bem típica costelinha suína ao molho barbecue artesanal com fritas e cinnamon apple (maçãs carameladas) na porção para compartilhar (R$ 65,65) ou individual (R$ 39,75). Do porco também existem algumas das opções de happy hour e de entrada, como a interessante porção de Dadinhos de pancetta em baixa temperatura com compota de abacaxi (R$ 35,25), e o Carpaccio de pastrami com molho cítrico e mostarda, poivre vert, lascas de queijo grana padano e brotos da horta (R$ 45,90) – provei ambas, muito boas.
Mas nem só de carne vive o mundo e a cozinha do chef Vinícius Felizardo também passeia pelos frutos do mar, com sugestões como o Polvo confitado com cebolas, alho dourado e chips de bacon (R$ 53,90), o Salmão em crosta de castanhas, toque de frutas vermelhas e risoto de limão siciliano (R$ 77,15) e o Bacalhau envolto com jamon confitado no azeite e legumes rústicos (R$ 94).
Já a opção surf’n’turf é uma Pancetta assada lentamente, com polvo grelhado e pururuca com cenoura em duas texturas no aroma de laranja (R$ 98,50).
Drinques do mestre
Ultimamente Curitiba tem sido agraciada por ótimos bartenders e mixologistas. E um dos principais destaques é, certamente, Diego Bastos, que tem passagem vitoriosa por outras casas da cidade, principalmente nos tempos do Officina Resto Bar (confira aqui), quando obteve muitos prêmios de qualidade.
Assinada por ela, a carta de drinques é dividida em quatro categorias de coquetéis, pensados exatamente na harmonização com o churrasco. Todos foram pensados de acordo com as carnes servidas, um trabalho a quatro mãos dele e do chef, levando em consideração os cortes, o preparo, o nível de gordura, o molho, os temperos, tudo o que há no prato.
O Gin Ox Tonic leva gin, água aromatizada de flor de laranjeira, tintura de pêssego, cumaru e laranja, mas pode ser servido na opção de Elderflower Gin & Tonic, com o destilado acompanhado de licor de flor de sabugueiro, hortelã e limão siciliano. Ambos custam R$ 29.
Há ainda o curioso Charcoal Purity #2 (R$ 31), com whisky, infusão de trufas, carvão vegetal ativado e creme de maracujá. E também a releitura do Negroni, o Certo Sbagliato (R$ 27), com Campari, vermute, infusão de cascas de cítricos e espumante brut. Como sou apreciador de Negroni, claro que experimentei. É bom.
Já a adega de vinhos da OX Steakhouse possui rótulos de 27 regiões do mundo, entre brancos, rosés, tintos e espumantes. São opções a partir de R$ 60.
Vale a visita.
Horários de atendimento: terça a quinta, das 18h à 0h. Sexta e sábado, das 18h à 1h. Domingo, das 12h às 16h.
OX Steakhouse
Alameda Dom Pedro II, 390 – Batel
Fone: (41) 3039-4577
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