O anúncio recente da morte do craque Diego Maradona me trouxe duas sensações: uma de tristeza, claro, por tudo de bom que ele representou para o futebol, e outra de paladar, uma forte lembrança de um momento napolitano, quando fui apresentado a um formato novo de pizza – se é que se pode dizer assim -, o panuozzo, que eles pronunciam algo como panutzo (com o u um pouco mais aberto).
Foi quando estive em Nápoles para cobrir a partida Itália x Argentina pela Copa do Mundo de 1990 e a cidade inteira torceu pelos argentinos. Ou melhor, torceu por Maradona, então o grande ídolo do Napoli e venerado morador da cidade.
A caminho do estádio Sao Paolo paramos num cantinho, onde o perfume de pizza mexia com toda a ansiedade gustativa. Como era antes do jogo a ideia era só dar um belisco e imaginamos a possibilidade de pedir uma fatia de pizza – o que é comum por aqui, nada por lá. E aí o atendente nos propôs o tal panuozzo, explicando que se tratava de uma espécie de sanduíche, feito com a massa da pizza e com a mesma cobertura desta.
Calzone, então? – perguntei. Não, panuozzo - respondeu na seca, bem à napolitana. Daí, jogou mais com a cintura e explicou que o calzone é bem maior, pois se trata da pizza dobrada ao meio e assada assim, com origem mais ao Sul da Itália, lá no calcanhar da bota, na península de Salento.
O panuozzo – contou - tem origem em Gragnano, uma pequena cidade na província de Nápoles. É bem menor, uma espécie de sanduíche, preparado com a massa assada da pizza e tem formato próximo ao pão ciabatta. Pedimos, então, e deliramos. Aquilo era muito saboroso.
Fomos ao estádio devidamente saciados e felizes. Tanto quanto os napolitanos, pois deu Argentina, nos pênaltis. Com Maradona levando o estádio ao delírio ao cobrar o quarto pênalti, depois de Donadoni ter desperdiçado para a Itália. Serena também perdeu e a festa começou ali, se estendendo pela madrugada.
Panuozzo em Curitiba
Desde então nunca mais tinha comido panuozzo. Para falar a verdade, tinha até me esquecido. Até dias atrás, ao saber que é possível pedir panuozzo em casa. Sim, isso mesmo, aqui em Curitiba. E tal e qual é feito lá em Nápoles – garantem os responsáveis por eles, o pessoal do Armazém Colônia, pioneiro na cidade ao servir as verdadeiras pizzas napolitanas.
O sanduíche é muito leve, pois a massa feita no padrão napolitano leva apenas farinha 00, água mineral, sal marinho e levain (o fermento natural), sendo de fácil digestão.
Os sabores são fartos e variados, seguindo as receitas das coberturas das pizzas, e incluem opções vegetarianas e veganas. Entre as alternativas estão as clássicas Amatricciana e Margherita, mais os de Pepperoni (molho, muçarela, parmesão e pepperoni), Zucchine (molho, muçarela, gorgonzola, abobrinha, alho-poró e tomate-cereja), Quatro queijos com Blumenau (muçarela, parmesão, provolone, gorgonzola e linguiça blumenau), Da Casa (muçarela, abobrinha, tomate, linguiça blumenau, provolone e orégano).
E também nas versões doces: Nutella com morango e Banana com doce de leite. A pedido do cliente, o queijo animal pode ser substituído por queijo vegano.
E ainda há a alternativa de o próprio cliente escolher a combinação de seus ingredientes.
Para quem prefere sabor personalizado, funciona assim: os ingredientes básicos são a massa, a muçarela e o tomate em rodelas. E daí tem uma relação de outros itens que podem ser acrescentados. Escolhi cebola e muçarela de búfala e fiquei no aguardo.
Os preços variam de R$ 22 a R$ 30, mais a taxa de entrega.
Deixei o forno aquecendo um pouco, para aguardar a chegada do pedido. Ficou muito bom e, tirando minha opção de cobertura, diferente da deles de lá, foi quase como uma viagem no tempo à Nápoles daqueles dias de 30 anos atrás.
Minha escolha custou R$ 28, mais R$ 5 de taxa de entrega pelo iFood.
Armazém Colônia
O Armazém Colônia Forneria e Pizzaria surgiu em 1996, como uma pequena mercearia. Em 2015, o curitibano Mauro Sfair adquiriu o restaurante e, após ampla pesquisa de mercado, resolveu abrir em período integral como pizzaria napolitana. Neste período de pandemia, mantém um bufê de segunda a sábado, em versão reduzida, porém pizzas e panuozzos (em italiano o plural seria panuozzi) o dia todo são o foco da casa, que em breve vai estrear um novo endereço.
Para o atendimento presencial, o salão está com capacidade reduzida de lugares, seguindo o protocolo das medidas tomadas pelas autoridades para esse período mais grave de pandemia.
O restaurante atende das 9h às 22h, de segunda a sábado. Domingos e feriados, das 16h30 às 22h.
Pedidos podem ser feitos pelos telefones (41) 3024-3737 e 3024-3631.
Também pelos apps iFood, Rappi, Ubereats e 99Food.
Armazém Colônia Forneria e Pizzaria
Avenida Vicente Machado, 1168 – Batel
Fones: (41) 3024 3737 e 3024 3631
Instagram: @armazem.colonia
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