Estava devendo uma receita de pão aqui nesse espaço.
Mas é que uso quase sempre a fermentação natural e sei que a grande maioria das pessoas possivelmente interessadas não dispõe desse elemento. Que, aliás, é gratificante de lidar.
Só que dessa vez vai dar certo, pois fiz um pão com fermento biológico (embora também já tenha experimentado a versão com fermento natural, com sucesso), justamente um dos mais famosos do Brasil: o Pão Petrópolis.
Quem mora ou morou no Rio de Janeiro ou mesmo costumava (antes da pandemia) passear por lá, certamente tem nesse pão uma das referências gastronômicas da cidade. Principalmente do centro, das várias leiterias que lá existiam e que hoje estão rareando. E que é uma das assinaturas da tradicional Confeitaria Colombo. A fatia macia do pão levemente adocicado vai para a frigideira para uma leve tostada e chega à mesa com a manteiga derretendo. É diferente de qualquer outra torrada, é única e deliciosa.
Neste fim de semana fiz novamente o Pão Petrópolis, publiquei algumas fotos em redes sociais, provoquei lembranças de alguns e dezenas de pedidos da receita. Aquele pedido meio compulsivo, sabe? Boa parte do pessoal pede por pedir, não por ter vontade de fazer o pão – ou qualquer outra receita.
Mas, como o interesse, ao que parece, foi real, decidi que já seria hora de publicar uma receita de pão, começando justamente por essa, que é fácil de fazer e traz um resultado gratificante. E ainda dá o charme de poder dizer: “fiz o Pão de Petrópolis”.
Sim, Petrópolis porque a origem do pão foi naquela cidade serrana fluminense, mas pouco se sabe além disso. Consta que a receita era tão secreta que ninguém teve o cuidado de preservar sua história. Apenas existe e sua elaboração foi passando de mão em mão até chegar no Rio de Janeiro e ganhar a fama que tem hoje.
Antes de passar a receita, apenas uma observação quanto à sova. Pode realizar o método clássico, com as mãos, por uns dez minutos, mas também dá para fazer em batedeira planetária ou mesmo em máquina de pão. Aliás, ultimamente redescobri essa alternativa, reabilitando a máquina guardada há tempos, desde que aprendi a fazer pão sem a necessidade dela. Mas a sova – função dough – é perfeita e facilita em muito o trabalho.
Vamos ao pão, então?
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