Estamos em plena época do pinhão. Agora sim dá para cozinhar, assar e preparar pratos com essa semente tão paranaense. Ao contrário de semanas atrás, quando os mais apressados começaram a comercializar pinhões ainda verdes e, pior, ainda, outros congelados da safra do ano passado.
O pinhão está no ponto quando a pinha despenca lá de cima do pinheiro (Araucária) e explode no chão, espalhando as sementes. É o processo normal da sábia natureza para permitir a reprodução da espécie. E ela só cai quando está madura e a semente – o pinhão, no caso – está pronta para fertilizar.
Aí entra a história da gralha azul, que aprecia muito o pinhão, consome alguns de momento e guarda outros para uma próxima ocasião. Como? Enfiados na terra, onde começam a germinar e a gerar novas árvores.
A partir da metade de maio e agora em junho os pinhões estão se espalhando por toda parte. Madurinhos, saborosos, gordinhos, polpa macia, pedindo para serem consumidos. A grande maioria das pessoas aprecia apenas cozidos em água, na panela normal por um bom tempo ou na pressão por uns 40 minutos.
De minha parte sempre adorei pinhões assados na brasa. Ligando com as festas juninas de infância, fogueira na calçada, traques e bombinhas para as crianças soltarem, quentão (de cachaça, jamais de vinho, que na realidade se chama vinho quente) e os pinhões jogados lá no interior do fogo, para saírem dali uns instantes, esturricados e deliciosos.
Na cozinha é mais comum encontrar pinhões compondo pratos de sopas, entreveros ou até alguns em molho para carnes. Por isso decidi incluir aqui duas receitas pouco comuns. A primeira é um delicado creme, salgado, que pode ser servido tanto de entrada como de prato principal, conforme a quantidade no prato.
A outra é um incrível flan criado anos atrás pela chef Carole Crema, hoje dona de confeitaria com seu nome, em São Paulo, e também jurada do programa Que seja doce!, no GNT.
Vamos encarar, então?
Bom apetite!
Vamos agora a uma receita doce? Que pode ser tanto para um lanche quanto para uma bela sobremesa.
Dicas
- Pinhão é sempre complicado para descascar. Existem alguns descascadores de madeira, com lâmina, que até funcionam. Principalmente quando não há necessidade de ter a semente inteira, como em nossas receitas.
- Para tentar descascar manualmente um macete é cortar a pontinha do pinhão com uma faca afiada ou tesoura. Depois de bem cozido, se apertado atrás, tende a saltar para fora da casca.
- Dependendo da potência de seu liquidificador, talvez seja interessante iniciar o processo de triturar o pinhão no processador, trocando de aparelho depois, quando já estiver como uma massa rústica e consistente.
- O flan pode ser servido como uma calda básica, aquela dos pudins. Para tanto, basta derreter 1 xícara de açúcar em panela pequena. Quando tiver formado uma calda dourada, derramar, aos poucos, ½ xícara de água fervente (cuidado que espirra), misturar bem e deixar reduzir um pouco. Esfriou, pronto.
- A louça é da @1832amo_ceramica.
=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=
Entre em contato com o blog:
Blog anterior: http://anacreonteos.blogspot.com/
Twitter: http://twitter.com/AnacreonDeTeos
E-mail: a-teos@uol.com.br
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS