Filipa Pato esteve em Curitiba. A simpática enóloga portuguesa – que até tem ligações familiares com o Brasil – veio apresentar seu novo lançamento, o vinho Post-Quercus, assinado também por seu marido, o sommelier William Wouters, que apresenta algumas características muito especiais, diferenciadas dos demais vinhos – incluindo os outros rótulos da sua vinícola.
Filipa e William desenvolveram uma pesquisa de valorização das tradições também no universo vinícola. Inspirados pelos métodos ancestrais de vinificação, sem negar os avanços que a tecnologia trouxe aos nossos dias, retomam-se técnicas milenares para a obtenção de vinhos autênticos e de grande personalidade. E foi por esse caminho que eles seguiram para chegar ao Post-Quercus – que significa “depois do carvalho”. Elaborado com a uva Baga, proveniente de diversos microclimas da região da Bairrada, esse exemplar é o resultado de vinhas que passaram por manejo com técnicas biodinâmicas praticadas no local desde a geração dos avós de Filipa.
O diferencial é a utilização de ânforas para a fermentação. As uvas são colhidas e selecionadas manualmente e então, como antigamente, o vinho fermenta e estagia em ânforas de barro, que mantêm a temperatura correta para a vinificação. O solo da Bairrada – região onde se localiza a vinícola – é composto de argila e calcário e quando os romanos ocuparam essa região, já utilizavam esta técnica para a elaboração do vinho. A fermentação e o estágio desta forma possibilitam a troca de oxigênio e assim os taninos da Baga ficam muito mais macios, além de os aromas serem mais delicados do que seriam se elaborassem vinho por meio de outro processo – é o que ela explica. As ânforas são feitas de barro, o mesmo elemento que existe no vinhedo. Como a Baga gosta muito desse tipo de solo, surgiu a ideia de fermentá-la em ânfora.
O resultado é que o vinho pode ser desfrutado também mais jovem, além de ter potencial de guarda de aproximadamente 8 anos.
Harmonização perfeita
A degustação do novo lançamento de Filipa Pato aconteceu em um almoço no La Varenne, com uma harmonização das mais felizes proposta pelo chef Felipe Myiake. A inspiração para conceber a Galinha caipira cozida no próprio molho e legumes acompanhados com couscous marroquino veio lá mesmo de Portugal, onde se usa muito a ave para combinar com esse tipo de vinho.
E ficou perfeita, pois o Post-Quercus apresenta aromas de frutas delicadas, como cereja e ameixa e em boca é muito suculento. Além de excelente para ser degustado sozinho, acompanha peixe grelhado, camarão, lagosta ou outra carne leve, preparada de forma simples, com legumes frescos, justamente para acentuar a pureza do vinho. Indicado também com queijos de pasta mole, como Serra da Estrela, Brie e Camembert. Recomenda-se decantar e servir a uma temperatura entre 12ºC e 14ºC, ou seja, mais fresco que o comum para tintos, justamente por ser bem mais leve que a grande maioria.
O curioso é o tamanho a garrafa, um pouco menor que as tradicionais. O Post-Quercus é apresentado em garrafas de 500ml, pois, como a primeira edição, elaborada em 2013, foi muito pequena, diminuiu-se a capacidade para a obtenção de mais garrafas. Da safra 2015 foram produzidas 4.000 garrafas de 500ml e 1.500 garrafas de 1 litro.
O Post-Quercus acaba de chegar ao país e deverá estar no mercado já a partir do início da semana entrante, com preço de venda sugerido R$ 155. Poderá ser encontrado nos seguintes locais, entre outros: Adega Brasil, Casa da França e Adega Franco.
Os vinhos da Filipa Pato são trazidos ao Brasil pelas importadoras Porto a Porto e Casa Flora.
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