Não é tão difundido nem tão celebrado quanto a Caipirinha. Mas é o mais consumido no Brasil e tem igual importância na representatividade brasileira entre os coquetéis. O Rabo de galo é conhecido entre os boêmios e botequeiros como “bebida de macho”, pois utiliza como base a cachaça, acrescentando o vermute apenas para “ajudar a descer”.
Consta ter sido criado nos anos 1950, por ação da fábrica da Cinzano, recém-instalada em São Paulo. Ao constatarem que a cachaça pura era a bebida favorita nos balcões de bares, a empresa tratou de incentivar o consumo também do vermute, que não era apreciado para se beber sozinho. Criou um copo para propor a mistura com a cachaça, com uma marcação na linha dos 2/3. Assim, explicavam, põe cachaça até aqui e completa com o vermute. Pegou.
O outro detalhe era o fundo do copo bem grosso, pois o Rabo de galo era para ser consumido à cowboy, num gole só, com o retorno do copo forte, em batida no balcão. Como a mistura foi batizada apenas de coquetel e a maioria do pessoal não sabia do que se tratava, alguém explicou que no original, em inglês, cocktail significava exatamente Rabo de galo – e os mais simplistas começaram a optar pela tradução. Pegou, também.
Há hoje um movimento entre os bartenders nacionais com o objetivo de também elevar o Rabo de galo à condição de estrela. Tanto quanto a caipirinha. Que deixe os rústicos balcões de bares da periferia e ingresse nas camadas sociais mais abastadas dos brasileiros. Um tanto gourmetizado, é verdade, conforme a interpretação de cada novo executor da combinação.
Para isso, contam, agora, com um importante aliado: a Cachaça Yaguara, que apresenta o Projeto Rabo de Galo, festival promovido em diversas capitais, que acontece entre esta quarta-feira (13, Dia Nacional da Cachaça) e 1º de outubro.
Em Curitiba são apenas dois os bares participantes, mas nem por isso vão deixar de fazer barulho. Em ambos os casos há livres interpretações de seus bartenders e mixologistas em torno da receita original. No Ginger Bar, em criação de Angelo Carpa, barman da casa, o vermute é infusionado em cumaru (que é considerado a baunilha brasileira), antes de ser misturado com a cachaça Yaguara branca. O drinque custa R$ 20.
No Taco El Pancho as alterações são mais sentidas. A receita do Taco para o Rabo de Galo também leva a Cachaça Yaguara branca orgânica, mas também tem vermute Carpano Punt e Mes, Fernet branca e laranja. A versão apresentada é assinada por Lukinhas Siqueira, bartender do Taco, e sai a R$ 25.
O festival no Taco ainda é acompanhado de uma promoção. Quem publicar no Instagram uma foto provando o Rabo de Galo no Taco El Pancho com as hashtags #promorabodegalo #rabodegaloyaguara e #qualseurg, concorre a uma aula de coquetelaria, acompanhada de três amigos.
Parte da venda dos coquetéis é doada ao Slow Food Brasil, dedicado a valorização de produtos artesanais que respeitem o meio ambiente e os produtores.
Taco El Pancho
Av. Bispo Dom José, 2295 – Batel
Fone: (41) 3342-1204
Ginger Bar
Rua Saldanha Marinho, 1220 – Centro
Fone: (41) 99122-2327
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