O Quentão do Pachá é feito de cachaça, leva gengibre, rodelas de laranja, cravo, canela e um toque de anis estrelado. | Foto:
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Postei no Facebook dia desses: estava em busca de local em Curitiba que tivesse quentão. E fui bem claro: quentão, não vinho quente. Vieram centenas de respostas e quase todo mundo indicando um lugar aqui, outro ali, com um “ótimo quentão de vinho”.

Pessoal, vamos prestar atenção. Quentão de pinga era o que eu estava procurando. E a busca realmente estava muito complicada.  Quentão mesmo, o original, é feito com pinga. Desde que me conheço por gente é assim e as primeiras lembranças me remetem ainda à infância em Ponta Grossa – e depois à adolescência, em Curitiba – tempos em que o quentão era servido como bebida obrigatória para esquentar as tantas e famosas festas juninas que existiam.

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E a sensação que tenho no paladar é a do pinhão na brasa com os primeiros goles de quentão que fui autorizado a beber, pois, afinal de contas, ainda era menor de idade e meus pais sempre foram muito rigorosos com esses limites que hoje andam bem mais frouxos.

Quentão de pinga, cachaça, coisa simples, apenas a bem-feita mistura fervida de açúcar, pinga, limão, gengibre, cravo e canela (de vez em quando uma casca de laranja). Bebida na canequinha esmaltada e sempre servindo pouco, para não dar tempo de esfriar – aí fica ruim, morna e adocicada.

Com o passar do tempo o quentão foi sumindo, tanto quanto as festas juninas. E foi entrando em seu lugar o “vinho quente” (por influência do Sul), que é servido com gemada, suspiro e sabe-se-lá-mais-o-quê. E que fica doce, doce demais, nem se aproximando do quentão original.

Mas não desisti de minha busca, a garimpagem continuou. Até que veio a informação: No Pachá tem. Liguei e conferi. Sim, tem – foi o que me disseram. E lá fui eu, todo lampeiro e pimpão, a resgatar um marcante sabor de infância. Deveria imaginar que teria, mesmo. Pois, afinal de contas, o que é que o Zico Garcez não faz. Seu restaurante/bar (ou bar/restaurante) é uma referência na cidade, por pratos que ganham em sabor e qualidade de muito restaurante metido a besta. Filé ao poivre, por exemplo, apenas para citar um.

A notícia foi ótima e dali a pouco lá estava eu, no aguardo de tal preciosidade, beliscando os incomparáveis bolinhos de arroz que serve por lá. E aí veio o quentão. Tom levemente dourado (por causa do açúcar queimado), a picância do gengibre, o sabor das especiarias – e um toque especial de anis estrelado que ficou muito bom – e o ponto do álcool. E bem quente, como deve ser. Ou não seria quentão.

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O quentão do Pachá custa R$ 18 e para ficar bebericando enquanto petisca o Bolinho de arroz é perfeito.

Fritz

Mas daí, ainda como consequência da minha busca, a Débora Lemos, do Fritz – Cervejaria Artesanal, me avisa que lá também tem. Tem, aliás, os dois: o quentão e o vinho quente. O dela, mineira que é, justifica as raízes daquele estado, feito com gengibre, cravo, canela, folhas de mexerica e laranja da terra, açúcar caramelado, água e pinga de boa qualidade. Custa R$ 15, com 300 ml.

Fiquei sabendo só agora e não tive tempo de ir lá provar. Mas é claro que vou.

(Deve ter mais por aí e o pessoal certamente vai avisar. Mas já são duas interessantes opções para uma cidade que parecia ter sido tomada pelo Vinho Quente.)

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Restaurante Bar do Pachá

Rua Cláudio Manoel da Costa, 548 – Bom Retiro

Fone: (41) 3044-4480

Whatsapp: (41) 9632-0504

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Fritz- Cervejaria Artesanal

Rua Professor Brandão, 135 – Alto da Rua XV

Fone: (41) 3155-0080

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