Baita sushiman – foi o que pensei enquanto provava os preparos de Kazuo Harada, no fim do ano passado, pouco antes da abertura do restaurante Hai Yo, no Hotel Rayon. Baita cozinheiro – constatei dali uns dias, em novas provas, daí dos pratos quentes que incluiria no cardápio do restaurante asiático que estava por abrir.
A gente se conheceu meio por acaso, quando ele procurava pelas hortas urbanas de Curitiba e não as encontrava. Como fui responsável pela concepção do projeto da Horta do Chef – que felizmente bombou mundo afora -, pediram que falasse comigo. Ficou de tal maneira interessado, que rapidamente se integrou ao grupo de chefs da Horta do Rio Bonito e, a partir daí, começamos a trocar algumas ideias sobre os fornecedores no entorno de Curitiba.
Tive o privilégio de poder seguir o afinamento final do cardápio e também entender as razões que o levaram a conquistar uma estrela no Guia Michelin por três anos consecutivos (em 2015, 2016 e 2017) por seu trabalho no Mee, restaurante do hotel Copacabana Palace. E aí, por consequência, também acompanhei o lançamento da nova empreitada (registrei aqui).
Pois agora Kazuo Harada anuncia novidades. Seu cardápio de inverno, preservando boa parte dos pratos incluídos no menu original e acrescentando alguns mais consistentes, bem de acordo com a estação que estamos começando a viver.
Provei dois deles, estavam divinos. Foram os dois lamen (ou ramen, como queira). O Shoyu lamen (R$ 54) é aquele que a gente mais conhece, mas este estava muito especial. Massa de lamen caseira, ovo, copa lombo, wakame, kamaboko, shiitake, nori e cebolinha, o prato é servido com caldo de shoyu. O Miso lamen (R$ 59) é impressionante. Em vez de copa lombo, barriga de porco e, em vez de shoyu, miso (que a gente fala missô). Tem mais pegada, sabor mais marcante e que aquece tudo por dentro, com massa de lamen caseira, ovo, barriga de porco, wakame, kamaboko, shiitake, nori e cebolinha, servido com caldo de missô.
Mas não é só isso, pois a viagem por lá é por todo sul e sudeste da Ásia, contemplando também os demais países daquelas bandas. O Pho Noodles Prawns (R$ 64) tem inspiração vietnamita e leva massa de Somen (um macarrão de trigo bem fininho), camarão, shiitake, cenoura, batata, broto de feijão, acelga, cebolinha, broto de bok choy (a acelga chinesa). É servido com caldo de camarão.
Da Tailândia vem o Thai chicken red curry (R$ 66), feito de frango, berinjela, banana, ervas, pasta de curry vermelho, acompanhado de arroz jasmim ou massa pho. O chef explica que originalmente teria de usar o curry amarelo e até o verde, bem mais picantes. Mas que já pôde sentir o paladar do curitibano, que não chega a tanto. Daí, fica no meio termo.
Para fechar o rol de novidades, um clássico da cozinha japonesa, o Sukiyaki (R$ 62), aquele cozido de mignon, massa de udon (de trigo, mais larga e pesada), cebolinha em talos, acelga, cenoura, cebola, brotos de feijão, shiitake, nirá, shimeji, ovo e tofu, servido com molho sukiyaki, à base de shoyu e dashi – que é o caldo básico da culinária do Japão.
Estão aí, portanto, as sugestões de dar água na boca e chancelando a certeza de Kazuo Harada como grande e diferenciado cozinheiro.
O restaurante Hai Yo, reforçando, funciona dentro do Hotel Rayon, mas é aberto ao público de maneira geral, não apenas aos hóspedes. Aliás, o curitibano já percebeu isso e a média de frequência na casa tem sido bem alta nesses primeiros meses de funcionamento.
Funciona de segunda a sábado, apenas para o jantar, das 19h às 23h30.
Vale a visita, vale a descoberta de novos sabores. Vale ter mais prazer em comer.
Hai Yo
Grand Hotel Rayon – Rua Visconde de Nácar, 1424 – Centro
Fone: (41) 3532-0150
@haiyo_restaurante
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