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Uma repaginada geral e o restaurante La Varenne vem com cara nova daqui uns dias. Para tanto, o restaurante deve fechar as portas neste sábado (22) para voltar dali uns 15 dias ou pouco mais, reabrindo triunfalmente no dia 10 de março.
A ideia de reforma já vinha de um tempo. Quando assumiu o comando do restaurante, no segundo semestre do ano passado (registrei aqui), o experiente restaurateur Ronaldo Bohnenstengel já tinha esse pensamento. Lembro de termos conversado a respeito. Tirar o bar ali meio do salão, dar mais espaço para as mesas e eliminar a adega para permitir acesso ao lado externo do Shopping Pátio Batel. E aí haveria a possibilidade de um belo pôr-do-sol no happy hour dos clientes.
Essa última parte não foi possível – o que foi uma pena - , pois a reforma demandaria muito tempo e não havia como o restaurante permanecer fechado nesse prazo. Ficam o sonho e o desejo para uma próxima empreitada, quem sabe?
Mas vai ter uma mudança arquitetônica, sim. A arquiteta Giuliana Soncin é quem assina a repaginada no visual do estabelecimento. O projeto prevê o hall de entrada e o bar mais próximos. Eram dois salões funcionando em separado – com o bar no meio. Está sendo mudada a localização do bar para deixar o salão mais integrado e atender melhor os clientes.
A adega continua lá. É bonita, importante lembrar. E com vinhos interessantes, embora um tanto caros para o bolso de alguns clientes. E aí também vai haver mudança – sob a supervisão de Bohnenstengel, que é sommelier por formação, referência em Curitiba desde os tempos do Boulevard -, com a seleção de alguns vinhos mais acessíveis, embora mantendo o padrão de tricampeão de adega do Prêmio Bom Gourmet. Tudo se ajeita, tudo fica bem.
Franco-italiano
O restaurante La Varenne, por origem, tem sotaque francês. O nome da casa veio do chef francês François Pierre de La Varenne, que cozinhou para o rei Luis XIV e foi autor do livro Le Cousinier François, ainda hoje referência dos cozinheiros, mais de 300 anos depois. Mas a chegada do chef italiano Simone Brunelli, no fim do ano passado (registrei aqui), deu uma bagunçada no coreto.
Embora circule muito bem pela linha da cozinha francesa, o cara é italiano sangue azul, mestre na gastronomia do seu país e um dos melhores que conheço nessa área. E o resultado não poderia ser outro, a não ser a inclusão de alguns pratos inspirados em suas origens, para fechar a composição com os clássicos da casa.
Nas últimas semanas ele já havia incluído alguns de seus pratos na oferta aos clientes. E alguns pratos acabam de ser incorporados ao menu. De entrada, Brunelli selecionou o Mantecato de bacalhau com polenta cremosa (R$ 34). Entre as massas, entra o Pappardelle alla carbonara (R$ 66) que não poderia faltar com a assinatura de um autêntico chef italiano. Outra novidade é o Risoto de frutos do mar, preparado com camarão, lula, polvo e marisco (R$ 129). Entre as carnes, o Stinco de cordeiro ganhou destaque no menu e é servido ao molho do próprio assado, com polenta cremosa (R$ 109). E, nas sobremesas, a novidade fica por conta do Tiramisù (R$ 26), que passa a figurar ao lado dos premiados Petit gâteau e Cálice de doce de leite, campeões de pedidos desde a inauguração da casa, há exatos seis anos.
Mas, como eu disse, os clássicos foram mantidos, como o Steak tartare, Tournedos Rossini, Bacalhau selvagem da Islândia, entre tantos outros pratos que fazem parte da história do La Varenne.
E tem mais – aliás, o mais interessante. Simone Brunelli aprecia desafios, provocações à sua criatividade. E não tem nada que mexa mais com a inspiração de um cozinheiro do que a proposta de um Menu confiança.
Da última vez que lá estive, para que tenha uma ideia, ele me recebeu com uma assinatura clássica de boas-vindas, que era minha favorita desde os tempos de Terra Madre: Gema de ovo com demi glace (aqui, servida com um tartar trufado). Daí vieram outros encantos, como Vieira grelhada, escalope de foie gras e purê de abóbora, Polvo, capeletto de foie e espuma de queijo, Agnolotti de cordeiro com molho do assado, ervilhas, fonduta de grana padano, guanciale e cogumelos e um Carré de cordeiro, com mil folhas de batata e demi glace.
Isso dos que me lembro, incluindo uma Tuille de amêndoa, nouage de cumaru, sorvete de maracujá e farofa, de sobremesa.
Isso tudo por algo em torno de R$ 240 (varia conforme os ingredientes), para curtir, uma a uma, todas as etapas de prazer que o chef proporciona.
Mas, se já há algumas interessantes assinaturas dele no início da remodelação do cardápio, também é possível pedir pela sugestão do dia e sempre haverá um resultado compensador.
Bem... ainda dá um tempinho de curtir a casa e pratos novos antes do fechamento. Para depois aguardar ansiosamente pelo que virá lá na frente, quando o dia 10 de março vai nos apresentar uma agradável retomada do melhor sabor.
Até este sábado, portanto, o La Varenne funciona para almoço das 12h às 15h e para jantar das 19h às 24h.
La Varenne
Avenida do Batel, 1.868 (Shopping Pátio Batel – Piso L4)
Reservas: (41) 3044-6600 | 99512-5501
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