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Supermercado faz importação direta e o preço dos vinhos vai lá embaixo

O Espaço Gourmet do novo Festval, equipado para grandes eventos enogastronômicos. (Foto: )

Os vinhos degustados no Espaço Gourmet do Supermercado Festval Champagnat, para clientes convidados. (Fotos/ Divulgação)

 

Lorena Butcher e Marcos Brozowski de Camargo, sommeliers de lojas Festval, apresentando os vinhos selecionados.

Sou cliente de carteirinha da Rede Festval. Sempre foi um supermercado diferenciado, especialmente para os gourmets e gourmands. Era o único lugar de Curitiba, por exemplo, onde eu encontrava o arroz carolino – aquele português mais poroso, ideal para Arroz de pato, Arroz de tamboril e outras variações dos pratos lusitanos -, embora da última vez já não tenha mais conseguido.

De uns tempos para cá a rede se especializou na importação direta de alguns produtos, especialmente os vinhos, conseguindo uma queda acentuada no preço final ao consumidor. O primeiro deles a ganhar destaque – coisa de mais de ano – foi o português Herdade da Comporta, nas três variações, tinto, branco e rosé. Este último menos expressivo, mas os outros dois muito bons e com custo-benefício considerável.

Três Gran Reserva Cabernet Sauvignon Santa Ema por R$ 138.

Mais recentemente foram os vinhos da chilena Santa Ema que entraram em oferta, como a de três garrafas de branco por R$ 85, e agora uma promoção imperdível: o Gran Reserva Cabernet Sauvignon, que pode ser encontrado por aí a R$ 100 – em média, segundo pesquisa na internet -, está sendo vendido em pacote de três unidades, por R$ 138, ou seja, a R$ 46 cada garrafa.

A explicação de Carlos Beal, diretor do Festval, é das mais simples. A importação direta permite a eliminação de custos, pois não entram na conta nem os impostos que seriam pagos pela importadora intermediária e tampouco a margem de lucro que esta empresa obrigatoriamente teria. E como o supermercado propõe um ganho contido em cada produto, justamente para ganhar na quantidade, priorizando a qualidade, o consumidor final torna-se o grande beneficiado.

Para estreitar ainda mais o relacionamento com os clientes do supermercado apreciadores de vinho, cada unidade dispõe de um sommelier exclusivo, em tempo integral no horário de funcionamento da loja, para instruir e trocar ideias com os interessados sobre cada rótulo exposto nas prateleiras das adegas. Vale tanto para os já conhecedores quanto para os iniciantes no prazer de degustar um bom vinho, pois este número está crescendo bastante nos últimos tempos.

Espaço Gourmet

Outra boa novidade, associada ao viés da importação direta foi a criação de um belo e sofisticado Espaço Gourmet, na nova loja Festval inaugurada no Bigorrilho, o Festval Champagnat, que funciona onde havia antigamente uma unidade do Mercadorama.

Dotado de uma longa mesa e de instalações completas de uma cozinha gourmet, tem servido como local de instrução e treinamento dos sommeliers contratados e também para eventos voltados especialmente para alguns clientes mais efetivos, interessados em vinhos e suas nuanças. Alguns chefs já foram convidados e cozinharam no local, propondo harmonizações para as impressões dos especialistas da rede.

Toda terça-feira há um encontro assim, alguns mais abertos, outros restritos, mas que movimentam o espaço em torno dos prazeres do bom vinho. Tive a oportunidade – e o prazer – de participar de um momento desses, na noite de degustação de alguns portugueses e italianos, contando, inclusive, com a presença de Lígia Coelho dos Santos, CEO da vinícola portuguesa Caminhos Cruzados, da região do Dão.

Isso, independentemente da seleção de vinhos da noite, organizada pelos sommeliers Lorena Butcher (Festval Mercês) e Marcos Brozowski de Camargo (Festval Barigui), para seus convidados. Os presentes ao evento eram basicamente convidados de dois sommeliers da rede, aqueles que mantêm maior contado durante o dia a dia.

A degustação começou por um incrível Alvarinho, o Pouco-Comum – da Quinta de Lixa, pequena vinícola portuguesa da região entre o Douro e o Minho -, um vinho fácil, de aroma intenso, elegante, atraente, com notas florais, frutadas e toques cítricos. Com volume equilibrado por boa acidez, bom para acompanhar peixes, mariscos, saladas e sopas frias, mas também pode ser bebericado num fim de tarde, sem exigir outra companhia. E o melhor, o preço. Um Alvarinho desses pode ser encontrado no mercado brasileiro por uns R$ 70, talvez um pouco mais. O Pouco-Comum sai por R$ 45,90. Claro que comprei.

Foram apresentados também dois italianos, toscanos das cercanias de Arezzo, da Tenutta Il Palazzo, que dá ênfase à Sangiovese – a uva emblemática da região -, mas também às grandes castas “internacionais”, como Trebbiano, Malvasia, Canaiolo, juntamente com uma pequena seleção de outros variedades. O primeiro a ser degustado foi o Il Palazzo Chianti Riserva 2011 (R$ 79), 100% Sangiovese, como determina a denominação Chianti, nariz de fragrâncias picantes, desenvolvidas a partir de envelhecimento em madeira. Muito harmonioso e agradável ao paladar. Para ser servido com grelhados de carne (imaginei um cordeiro) e queijo pecorino envelhecido. Em seguida, veio o Il Palazzo Moro Rosso (R$ 119, mas em oferta a R$ 99), composto de 80% Sangiovese, mais Syrah e Merlot, parcialmente amadurecido em barris de carvalho durante 20 meses.  – de tom vermelho rubi, aroma persistente de fruta e baunilha, sabor macio, aveludado, ligeiramente tânico. Um grande vinho com carne vermelha e queijos envelhecidos e maduros.

Lígia Coelho dos Santos apresentou dois de seus vinhos, também já à venda na adega do Festval. O primeiro deles foi da linha Terras de Santar, o Dão D.O.P. (R$ 29,90), feito das uvas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Jaen, com estágio em barricas de inox e parte em barricas. Vinho jovem, cor viva, aromas de fruta vermelha e taninos equilibrados. Muito bom para iniciantes, sem comprometimento. O outro vinho da Caminhos Cruzados já veio com mais consistência e personalidade. Foi o Dão Colheita Tinto, da linha Titular (R$ 39,90). Produzido a partir de uma mistura de castas do Dão, onde predominam a Touriga Nacional, a Tinta Roriz, Jaen e a Alfrocheiro, é mais gastronômico, também é jovem, com uma cor viva, rubi, aromas de fruta vermelha seca e especiarias e taninos equilibrados, com sabor macio e final persistente.

A degustação terminou com um vinho de sobremesa, o Apaltagua Late Harvest Riesling, de edição limitada, da vinícola chilena Apaltagua.   De intensa cor amarelo-trigo, tem aromas complexos, sobressaindo a fruta madura, como mamão, pêssegos em calda ou marmelo, com notas de gengibre e misturado com um fundo floral sutil e uma mineralidade refrescante. Bom para acompanhar sobremesas, frutas doces e queijos maduros ou azuis.

Bons vinhos, bons preços, permitindo maior interação entre os apreciadores e os produtos apresentados nas lojas da rede, pela intermediação do sommelier de cada unidade. E o Espaço Gourmet é impecável. Sugiro, até, que sejam ampliadas as atividades ali desenvolvidas, com a realização de jantares harmonizados com chefs da cidade, permitindo a aproximação ainda de mais gente aos produtos ofertados.

Fica a ideia, mas o que tem já é bem interessante.

Carlos Beal, diretor do Festval, com a portuguesa Lígia Coelho dos Santos, que veio apresentar seus vinhos, já à venda da rede de supermercados.

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