Vindouro tem casa cheia no revival dos pratos de Celso Freire

O entusiasmo de Celso Freire é contagiante. De todos, parece ser quem mais está curtindo esse revival de seus tempos dourados de Boulevard (e alguma coisinha do Guega, que veio logo depois), na homenagem que recebe a da qual participa durante a semana especial do Vindouro Vinhos e Bistrô.

Ontem, primeiro dia do evento que se estende até sábado, a casa estava lotada de gente ansiosa por relembrar alguns dos pratos mais expressivos criados pelo chef no restaurante que marcou a grande guinada dos sabores na mesa curitibana.

A iniciativa dos proprietários do Vindouro é uma justa homenagem a quem primeiro projetou a cidade no fechado rol dos top da gastronomia nacional.
Freire está cozinhando com a brigada do Vindouro, dos chefs Giuliano Hahn e Adriana de Nadai. E levou sua fiel escudeira, a patissière Tatiana Bittencourt, além da filha Gabriela, que segue seus passos na cozinha.

Entre os pratos, alguns personalíssimos, como o Ovo pochê com purê de abobrinha, manteiga de trufas e migas de brioche, que tem o ovo cozido lentamente em sous-vide (a vácuo), mantendo o formato e a gema mole ao abrir. O Carpaccio de lagosta com chips de batata e vinagrete de jus de crustáceo tem as rodelas da carne do crustáceo levemente tostadas, mantendo a textura e o sabor tão delicado que possui.

Foi Celso Freire o primeiro interessado em explorar e divulgar alguns ingredientes e pratos paranaenses, como a quirerinha da Lapa, que serviu de acompanhamento para vários tipos de carne incluídas em seus cardápios. A que mais marcou foi a que constituiu o Prato da Boa Lembrança de 1999, o Coelho assado na cerveja preta com quirerinha da Lapa. No cardápio especial do Vindouro, a quirerinha escolta um jarret (a canela) de vitela, lentamente assado no seu próprio molho e que se desmancha ao toque do garfo.

O Filé mignon de leitão com maçã caramelada, foie gras e molho de pimenta verde é uma variação do clássico Filé à Rossini, substituindo o mignon bovino pelo delicado corte suíno, que ganha a cobertura de foie gras e é acomodado sobre uma fatia de maçã.

Das quatro sobremesas oferecidas, duas são marcas registradas. A Île flotante tropical agora tem uma calda de frutas vermelhas. E a obra de arte, Ópera de Arame (talvez a mais saborosa homenagem já feita a Curitiba) é de se comer com os olhos, tão linda que sempre se apresenta.

Mas o cardápio tem mais, muito mais. Dê uma conferida.

Entradas

Carpaccio de lagosta com chips de batata e vinagrete de jus de crustáceo

Trouxinha de paté de foie gras com velouté de funghi porcini e uvas frescas

Ovo pochê com purê de abobrinha, manteiga de trufas e migas de brioche

Salada de mini folhas com pêra, queijo pecorino e castanha do Pará fresca

Pratos principais

Filet mignon roquefort: molho escuro de queijo roquefort e risoto de funghi porcini (R$ 119,00)

Jarret de vitela assado lentamente no próprio caldo, com quirerinha da Lapa (R$ 105,00)

Confit de pato com molho de laranja e linguini oriental (R$ 109,00)

Filé mignon de leitão com maçã caramelada, foie gras e molho de pimenta verde (R$ 109,00)

Robalo salteado, com velouté de curry, camarões, uvas frescas e linguini na manteiga R$ 109,00)

Brochette de camarões grelhados com molho de mexerica e risoto de manjericão (R$ 139,00)

Lombo de bacalhau com polenta cremosa de agrião e molho de azeitonas pretas (R$ 139,00)

Pastel do mar: seleção de frutos do mar e cogumelos com molho cremoso de champanhe (R$ 129,00)

Sobremesas

Ópera de Arame

Crepe de coco com calda de maracujá

Sopa de chocolate com mini bolo de amarena

Île flotante tropical

O preço do menu é individual e definido de acordo com a escolha do prato principal. Inclui entrada, prato principal e sobremesa. Taxa de serviço: 10%.

Devido ao grande número de reservas, a casa está dividindo os horários. Há uma primeira leva às 20h e outra às 21h, com lista de espera para quem chegar das 22h em diante, sem reserva. Como está anoitecendo cedo, o cliente que chegar por volta das 19h será atendido normalmente, permitindo a liberação da mesa para o grupo das 21h.

Vale muito a pena esse reencontro com Celso Freire, que se estende até a noite do próximo sábado. E ele, mais do que todos, está curtindo muito tudo isso. A ponto de, cobrado pela ausência do coelho no cardápio, saiu com um sorriso e um bom sinal do que vem pela frente: “já é uma sugestão para o próximo festival”. Que seja em breve, então.

Vindouro Vinhos e Bistrô
Rua Guarda-mor Lustosa, 129 – Juvevê
Fone: (41) 3027-0700

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