Inaugurada em Curitiba em maio de 2019, a Academia do Boleiro está em expansão nacional. A marca, que faz treinos físicos baseados no trabalho com bola de equipes de futebol, virou franquia há dois anos e já tem 11 unidades em cinco estados. Até 2023, a meta é inaugurar mais quatro academias, totalizando 15 em oito estados e o Distrito Federal.
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Além da matriz no bairro Parolin, a marca já abriu dez unidades desde que virou franquia há dois anos: na Cidade Industrial de Curitiba, em Araucária, São José dos Pinhais e Ponta Grossa (PR); em Caieiras e São Caetano do Sul (SP); Lauro de Freitas e Bom Jesus da Lapa (BA); Recife (PE); e Aracaju (SE).
Ainda em 2022 mais duas academias serão inauguradas, em Praia Grande (SP) e Natal (RN). Para o próximo ano, estão planejadas outras duas unidades, em Fortaleza (CE) e Brasília (DF).
"Nosso slogan é 'se você odeia academia, mas ama futebol, aqui é seu lugar'", destaca o educador físico e empreendedor Thiago Mehl, 37 anos, que além de gerenciar a Academia do Boleiro com dois sócios é treinador de goleiras da seleção feminina de futebol.
"O objetivo é tirar gente de casa para cuidar da saúde a partir do futebol, gente que não gosta daquele ambiente de academia. Usamos o futebol como ferramenta para as pessoas se exercitarem", afirma o criador da marca em entrevista à Paraná S/A direto da África do Sul, onde a seleção feminina jogou dois amistosos com a equipe local na preparação para a Copa do Mundo de 2023 na Austrália e Nova Zelândia.
A Academia do Boleiro surgiu como opção para Thiago no instável mercado do futebol brasileiro, onde as demissões constantes e atrasos salariais são uma realidade. Treinador de goleiros de equipes profissionais desde 2016, com passagens por Athletico, Bahia, Paraná, Vasco e Coritiba e desde o ano passado integrante da comissão técnica feminina da CBF, Thiago queria garantir uma renda extra caso ficasse sem equipe para trabalhar.
"O mercado de futebol no Brasil é muito louco, com muito desemprego, instabilidade, já que o profissional depende de vitórias para sobreviver. Por isso pensei que deveria ter um plano B para minha vida", argumenta o empreendedor, que foi goleiro nove anos nas categorias de base do Coritiba e que mesmo sem se profissionalizar quis continuar no futebol.
Como surgiu o negócio
A ideia original, explica Thiago, era montar uma academia de treinos exclusiva para goleiros. Mas o empreendimento mudou de foco um ano antes de ser inaugurado.
Vivendo fora de Curitiba e com salário atrasado no clube em que trabalhava em 2018, Thiago refez o plano de negócio ao ver os vizinhos jogando bola no condomínio em que morava. "Vendo a pelada na cancha do condomínio me veio o estalo: os goleiros nunca saíam das partidas, já os jogadores de linha trocavam a todo instante. Subi para o apartamento e mudei na hora o plano da academia, porque se eu ficasse só com treinos de goleiro limitaria muito o negócio", enfatiza.
O próprio Thiago montou a metodologia de treino da Academia do Boleiro tanto para jogadores de linha quanto para goleiros, a qual é replicada em todas as unidades. As atividades com bola incluem ganho de potência muscular, força e atividades cardiorespiratórias. São três planos de treinos nos valores mensais de R$ 99,90, R$ 119,90 e R$ 149,90.
Além de apostar no futebol como atividade fitness, Thiago explica que a abrangência de público também é um diferencial da marca. Além de homens, vem crescendo a cada dia nas academias da marca as matrículas de crianças e mulheres.
"O aluno garante resultado de uma forma saudável, com acompanhamento de profissionais, fazendo o que gosta, que é jogar bola. Tivemos alunos que chegaram a perder 20 kg treinando com a gente. Pessoas que mudaram de vida realmente, que antes não faziam nenhuma atividade física porque não encontravam algo que as agradasse", aponta Thiago.
Investimento e modelos de franquia
A Academia de Boleiros tem dois modelos de franquia, conforme o tipo de negócio e o local onde será instalada. Cada unidade funciona com entre três e quatro professores, dependendo do tamanho.
A franquia Flagship é para pontos de rua em cidades com mais de 150 mil habitantes. Para essa franquia, o imóvel da academia deve ter entre 300 e 1 mil metros quadrados, onde podem ser instalados anexos como lanchonete, espaço para fisioterapia ou massoterapia, entre outros serviços relacionados. Abaixo, os detalhes do investimento.
Franquia Flagship
- Investimento: entre R$ 170 mil e 220 mil
- Receita operacional bruta: R$ 360 mil
- Royalties: R$ 1,5 mil por mês
- Marketing: 2% do faturamento mensal
- Expectativa de retorno do investimento: em média 20 meses
- Rentabilidade: 30% a 40%
- Faturamento médio: R$ 30 mil ao mês
Já o modelo de franquia Retrofit é para cidades com até 150 mil habitantes ou para operar anexo a espaços de alto padrão de qualidade como clubes, ginásios, quadras esportivas, escolas de futebol. Nesse plano, o espaço da academia deve ter entre 200 e 300 metros quadrados. Abaixo, os detalhes do investimento
Franquia Retrofit
- Investimento: entre R$ 100 mil e 120 mil
- Receita operacional bruta: R$ 180 mil
- Royalties: R$ 1mil por mês
- Marketing: 2% do faturamento mensal
- Expectativa de retorno do investimento: em média 11 meses
- Rentabilidade: 30% a 40%
- Faturamento médio: R$ 15 mil ao mês
Perfil do investidor
Thiago afirma que a procura por investidores para abrir franquia da Academia do Boleiro cresce a cada ano. Ele explica que o perfil vai de pequenos empreendedores que querem ter o próprio negócio a investidores maiores que confiam no potencial da franquia.
"Temos um ex-jogador de futebol que montou uma academia em São Paulo e temos até grupo de investidores que se uniram para investir na nossa franquia", exemplifica Thiago.
O empresário afirma que a expectativa da franquia é crescer em um ritmo parecido com o da matriz em Curitiba, que em um ano foi de 8 alunos por hora em um espaço de 100 metros quadrados para 20 alunos por hora em uma academia de 600 metros quadrados. "Hoje a matriz tem 250 alunos ativos. A meta é chegar a 400 alunos ainda no primeiro semestre de 2023", aponta Thiago.
Nas unidades franqueadas, Thiago cita o crescimento de duas academias. Em Aracaju, a unidade chegou a 150 alunos em dois meses. Já em Recife foram 100 alunos em seis meses.
"Nosso crescimento é muito nítido por se tratar da paixão nacional que é o futebol. Além de ajudar na saúde do aluno, nós também ajudamos no próprio momento de diversão dele, já que com nossos treinos o aluno fica preparado para o futebol dele com amigos", explica o empresário. "Você tem que respeitar a você mesmo. Pelada de fim de semana não é atividade física. Pelo contrário: é até um risco de uma lesão ou, pior, de um enfarte para quem não está preparado", conclui Thiago.
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