A rede de hotéis Accor está reformando três hotéis em Curitiba, da bandeira Ibis, e alterando o posicionamento destes empreendimentos. Para atender um público jovem, o Grupo está entregando na capital paranaense o Ibis Styles - no Batel, Santa Felicidade e Aeroporto Afonso Pena. O primeiro foi entregue em julho trabalhando a temática espacial. O do aeroporto foi reformado em maio e o de Santa Felicidade - que será inteiramente redecorado com o tema massas italianas-- fica prontos até o final de agosto.
Apesar de não divulgar os valores de investimento total nas reformas, a rede Accor explica que as alterações previstas consomem montantes entre R$ 30 mil a R$ 50 mil por quarto. A ideia é oferecer hotéis de custo mais baixo, com diárias na faixa dos R$ 200, principalmente para famílias e jovens turistas, que pretendem conhecer a região no final de semana. Um ponto de atração é justamente a permissão de animais de estimação durante a estadia.
“O que notamos é que a bandeira Ibis Styles tem recebido crianças, família e também grupos de competição que vão para eventos de natação, futebol e outros esportes”, comenta Olivier Hick, diretor de operações de hotéis econômicos e intermediários da Accor. “O nosso novo posicionamento em nível global é trazer vida para dentro do lobby dos hotéis”, arremata.
O Paraná S/A conversou com exclusividade com o executivo, que falou sobre os planos de expansão para além dos 26 hotéis que a rede já mantém no Paraná. Confira.
O valor investido por quarto é alto. Por que reformar esses hotéis agora?
Nós temos uma visão a longo prazo. Reformas como essas sempre comportam um período de até 15 anos. Além disso, quando falamos em remodelamento, estamos pensando no padrão dos nossos produtos. Nos últimos dois anos fizemos muitas reformas em Curitiba, incluindo o Mercure Batel e a unidade da Avenida Sete de Setembro. Queremos manter a qualidade e, quando se tem hotéis com 20 e 30 anos, mudanças fazem a diferença.
O que a rede enxerga em Curitiba para justificar esse investimento a longo prazo?
Quando falamos em reformas, não importa se é Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte. É o nosso padrão manter a qualidade, inclusive, frente ao cenário internacional. No entanto, quando falamos especificamente sobre Curitiba, vemos um potencial porque acreditamos que essa é uma cidade estratégica no sul do país, relativamente próxima de São Paulo, perto do Paraguai, Argentina e Uruguai. Acredito que poderíamos ter mais dez hotéis aqui, sem problemas. Há possibilidade de atrair mais turistas para essa região de negócios e lazer.
A modernização com a marca Styles altera o público-alvo do Ibis?
Apesar de ser considerado uma marca econômica, o Ibis sempre teve um posicionamento um pouco diferente deste conceito. O nosso público-alvo era formado, 40%, por clientes corporativos. O que queremos com o Styles é abrir as portas para todos os públicos, com oferta de preços mais atrativos, não só para executivos, mas também para famílias que viajam com o orçamento mais apertado.
Podemos dizer que vocês estão mirando em um público mais descolado, de hostels?
Sim. Quando nós renovamos um hotel estamos pensando na nossa estratégia global de apresentar um novo conceito, apostando nos restaurantes e bares do complexo, por exemplo. Queremos mudar a ideia de que um hotel só se tem o serviço de café da manhã e quarto. Queremos atrair pessoas, mesmo que não estejam hospedadas. O Novotel -localizado no Batel - é um exemplo disso trazendo o QCeviche!, restaurante peruano, de Lima para cá. Outra aposta é nos espaços de coworking, porque achamos que essa é uma boa oportunidade de trazer uma atmosfera diferente para o hotel, atraindo mais gente de fora, para dentro.
Falando em Novotel, a reforma no Styles não vai gerar concorrência no Batel entre o próprio grupo?
Hoje nós temos 15 hotéis em Curitiba e acreditamos que nesta região temos oportunidade para ter até um número maior do que este. Para a Accor não é nenhum problema ter hotéis perto uns dos outros, porque quanto mais hotéis detivermos dentro de uma praça, mais controle temos sobre o mercado. Temos um giro maior e trabalhamos para ter o melhor pool. Há também a questão das bandeiras. Quando estamos falando de Novotel o conceito é diferente do Ibis - que são quartos de 13 a 18 metros quadrados e que tem uma flexibilidade maior, como marca econômica.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast