Cobrir as despesas do veículo – como IPVA, seguro e licenciamento – e ainda prover renda extra para os proprietários é o que promete o aplicativo paulista de carro compartilhado MoOBie. Em Curitiba há pouco mais de um ano, a plataforma anunciou neste mês expansão para todo o estado do Paraná, com aporte de R$ 15 milhões.
O serviço é similar ao de uma locadora de veículos, mas o trâmite ocorre entre pessoas físicas. Com o MoObie, o proprietário do carro oferta seus veículo para alugar e os usuários da rede encontram os que têm o preço e modelos que mais lhe agradam. Atualmente, o serviço contabiliza em Curitiba mais de 9 mil usuários cadastrados e 640 automóveis disponíveis para locação.
O curitibano Francisco Javier Gil é um dos locatários e utiliza a plataforma desde o início da operação na cidade, em agosto de 2018. De lá para cá, ele “emprestou” seu carro para 14 pessoas diferentes.
“Toda a contratação é feita online. É um dinheiro extra, já que, diariamente, eu utilizo muito o transporte público e o Uber e meu carro acaba ficando parado na garagem”, explica Gil.
“Aluguei meu veículo, inclusive, no último final de semana. Viajei para fora da cidade e, com a renda extra que faturei, cobri 40% dos custos do meu passeio. Na garagem , o carro não me traria nada”, finaliza o proprietário.
Sobre o público que usa o serviço, o perfil é bastante variado. “São pessoas que estão com seus próprios veículos no concerto, ou que não têm carro, ou ainda famílias que estão em viagem e precisam de um veículo para aproveitar melhor os passeios”, conta Tamy Lin, CEO e fundadora da plataforma.
O download do MoObie é gratuito e é possível adquirir o app nos sistemas operacionais IOS e Android.
Renda extra
De acordo com o MoObie, um usuário que tem um hatch com ar condicionado, por exemplo, e deseja alugar o veículo por 15 dias, pode faturar mais de R$ 1 mil. Se o modelo for um sedan básico, o valor pode subir para R$ 1.400. Já para um SUV completo, para as mesmas duas semanas , é possível receber R$ 1.755. Para 30 dias, os valores dobram.
O pagamento para o MoOber – como o serviço chama o proprietário do veículo – é autorizado pela empresa depois da retirada do carro pelo cliente e é cobrada uma taxa de 20% para cada pedido aceito.
Expansão
Além de Curitiba, o serviço do MoObie já está em cidades como Campo Largo, Maringá, Londrina, Cascavel, Cornélio Procópio, Bandeirantes, entre outras. Segundo a CEO da empresa, a ideia é crescer também para outros estados do Sul. “O crescimento da plataforma ocorre na medida em que o conceito de carsharing passa a ser cada vez mais compreendido pelos brasileiros”, pontua Tamy.
A empresária, que já atuava na área de mobilidade na Secretária Municipal de Transporte de São Paulo, diz colocar no MoObie também o seu propósito. “Acredito muito na ideia. O conceito de economia compartilhada, que aplicamos na empresa, vai de encontro à tendências mundiais de serviços”, explica.
Regras
A plataforma atende tanto quem precisa de um carro temporariamente quanto quem quer alugar o seu próprio. Para o primeiro caso, pelo aplicativo, o usuário escolhe o veículo deseja, por localização. Depois de escolhido o modelo, é combinado um horário e local de retirada – todas as locações são protegidas por uma apólice de seguro.
Para quem quer anunciar o carro é preciso cadastrar o veículo, com fotos e descrição, e aguardar o contato da MooBie – tudo pelo app. Depois de aprovado, a autonomia de aceitar pedidos e reservas é toda do locatário. Os trâmites também são garantidos por uma apólice de seguro de responsabilidade da plataforma.
Como em outros serviços de compartilhamento, como o Uber e o Airbnb, o MoOvie também funciona com um sistema de avaliação e os usuários dão notas pelo serviços prestados.
De acordo com o site da MoObie, a plataforma orienta o parceiro deixar o carro sempre com o tanque cheio antes de uma locação. A devolução deve ser feita da mesma maneira.
Testamos
A equipe de Paraná S/A baixou ao aplicativo para conferir os preços para quem quer alugar um veículo. Depois de acionada a geolocalização, o app filtrou opções a partir de R$ 55 a diária para um Peugeot SW XR Sport. Para o modelo de um Fiat Punto ELX 1.4 Fire, o preço subia para R$ 75. Já para um modelo superior, como um ETIOS XLS 1.5 Fire, a diária saia por R$ 98. Um Fiesta Sedan TITANIUM 1.6 custa R$ 154 o dia.