Já virou até motivo de piada. Diante de uma mancha estranha, uma dor aguda ou uma tosse suspeita, o melhor e o mais assustador médico vira o buscador do Google. Basta abrir um link aqui, outro ali, para o paciente chegar a inevitável conclusão: está sendo acometido por uma doença raríssima e tem poucos dias de vida.
A situação pode até parecer engraçada, mas ter orientações médicas confiáveis online é uma demanda que tem crescido significativamente. Foi pensando nisso que os jovens curitibanos Bruna Reis, Pietro Maués e Lucas Mengarda desenvolveram um aplicativo capaz de conectar médico e paciente por um simples toque do celular.
PROH
Os empresários não estão falando das incômodas mensagens, fora de horário e ocasião, que os profissionais recebem diariamente pelo Whatsapp, email ou por SMS. Trata-se de um aplicativo desenvolvido especificamente para esse fim, que consegue também remunerar o médico pelas orientações dadas. Batizado de PROH, a plataforma está disponível há pouco menos de um mês no mercado.
“Cresci vendo minha mãe, que é pediatra, recebendo ligações e perguntas das mais variadas em qualquer horário e durante o final de semana. Essas orientações tomam tempo", comenta o empresário Pietro Maués. "Se profissionais como advogados, por exemplo, recebem pelo tempo dedicado a orientar seus clientes, porque os médicos também não podem ser remunerados por isso?”, questiona.
Como funciona
Funciona assim: o médico - que já atende pessoalmente seus pacientes em consultório - fornece um código para que eles estabeleçam contato virtual. Com o aplicativo baixado nos celulares de ambos, o paciente compra um pacote de mensagens para tirar dúvidas e receber orientações, pelo celular. Em troca, o médico se compromete a responder as questões em um período de até três horas.
“O código evita o acesso ao número particular, com ligações e mensagens que podem ser invasivas. Todo contato é feito pela plataforma e são os profissionais que definem quais são os valores que vão cobrar para responder”, pontua Maués.
Um levantamento feito pela empresa, no entanto, mostra que no primeiro mês os 50 profissionais já cadastrados na plataforma cobraram cerca de R$ 10 pelo pacote de cinco mensagens, obtendo um rendimento mensal de R$ 500 por oferecer o serviço.
As cobranças, que são feitas digitalmente por cartão de crédito, também seguem a lógica de outros aplicativos que funcionam por demanda. Fora de horário comercial os médicos cobram 25% a mais do que o fariam comumente. Aos finais de semana, o acréscimo é de 50%.
Apesar do download da ferramenta ser gratuita e não haver cobrança de mensalidade, o PROH opera cobrando uma taxa de 20% em cima da ligações e pacote de mensagens adquiridos pelos pacientes.
Próximos passos
A meta dos jovens é alcançar 10 mil profissionais cadastrados na plataforma até o final deste ano. Para isso, eles apostam em parcerias com clínicas, hospitais e planos de saúde para difundir o serviço.