Enquanto o setor do turismo tenta se rearranjar em meio ao duro golpe da pandemia, uma empresa com forte atuação no Paraná programa investimentos multimilionários de olho na retomada. Apostando na força dos anos de 2022 e 2023, o Grupo Cataratas, que faz a gestão das Cataratas do Iguaçu e do Marco das Três Fronteiras, ambos no estado, programa um novo atrativo em Foz do Iguaçu, ao custo de R$ 100 milhões: um aquário chamado AquaFoz.
A nova atração não é a única na lista da empresa, que começou no Paraná no fim dos anos 1990, com as Cataratas, mas que hoje tem sede no Rio de Janeiro. Ainda neste mês a empresa inaugura o BioParque do Rio, a remodelagem do zoológico da capital fluminense, que custou aproximados R$ 90 milhões. Na cidade, um dos pólos turísticos no Brasil, o grupo também administra o receptivo do Corcovado, aos pés do Cristo Redentor, e o AquaRio, um aquário nos moldes do pensado para Foz.
Além destes empreendimento, o Grupo Cataratas faz a gestão do EcoNoronha, o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha.
Somente nos últimos cinco anos, a empresa desembolsou mais de R$ 300 milhões em empreendimentos turísticos, destaca o presidente da empresa, Pablo Morbis. "Somos um grupo que começou sua história em 1998. Passamos por muitas coisas e acreditamos que no médio prazo vai ter a recuperação [do setor turístico]. Ele vai voltar com força a partir de 2022 e 2023", aposta.
Queda no faturamento durante a pandemia
O otimismo e, sobretudo, volume desembolsado pela empresa não significa, no entanto, que ela está passando incólume pela pandemia. O setor do turismo foi um dos mais afetados com os decretos de fechamentos de serviços para evitar a disseminação da Covid-19. Sem poder receber visitantes e gerar receita durante várias semanas, o Grupo Cataratas viu as visitações nos atrativos em que faz a gestão cair, em 2020, a 30% do que foram no ano anterior. "Ficamos com nossa linha de lucro zerada", avalia Morbis.
"Sem dúvida o setor do turismo foi o mais prejudicado. De março a agosto tivemos todas as operações fechadas. Não teve visitação neste período", diz. "Teve uma retomada a partir de setembro, mas ainda com muitos desafios: falta de malha aérea, poucas viagens de turismo. Isso impactou severamente [os resultados da empresa]", relembra Morbis.
Diante deste cenário, a empresa optou por duas saídas para evitar um colapso da sua saúde financeira. A primeira delas foi investir em programas para fomentar o turismo local. Tanto no Rio quanto em Foz do Iguaçu, o grupo criou condições para que os moradores frequentassem mais atrativos turísticos vizinhos. Deu certo e, com isso, a queda das visitações foi menos intensa do que poderia ter sido. "Imagina, para o morador de Foz, ter as Cataratas só para eles?", destaca.
A segunda saída foi começar a planejar melhorias nas estruturas ou criações de novas atrações para uma eventual retomada turística. "Passamos a ter tempo de pensar em novos negócios, em crescimento, em novos momentos", diz o presidente do grupo. E é na esteira do planejamento que surge a ideia para o aquário de Foz do Iguaçu, atrativo em uma área de 23 mil metros quadrados, com diversos tanques com espécies de água doce e de ecossistemas marinhos que somam um volume total de aproximadamente 3,5 milhões de litros de água.
O aquário, a ser inaugurado em 2023, é um dos focos da empresa para os próximos anos. "Queremos mais centros de pesquisa espalhados pelo Brasil, parques de bem-estar animal… O grupo pretende crescer dentro desta temática", diz o presidente.
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