Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Paraná S.A

Paraná S.A

Fábrica no Paraná

Audi vai reabrir fábrica no PR, mas cobra créditos de política criada no governo Dilma

Fabricação de veículos Audi na fábrica de São José dos Pinhais (Foto: Pedro Danthas/Divulgação)

Ouça este conteúdo

O anúncio feito nesta terça-feira (14) pela fabricante alemã Audi, pertencente ao grupo Volskwagen, de retomar a montagem de carros no Brasil abriu um novo capítulo na história da empresa no Paraná. Apesar disso, a reabertura da linha de montagem no complexo industrial de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, ainda tem futuro nebuloso, já que a companhia atrelou os investimentos a acordos tributários com o governo federal.

De acordo com o presidente da Audi do Brasil, Johannes Roscheck, no evento de anúncio da retomada, a marca atrela a produção de veículos no Brasil a pagamento de acordos passados de crédito de IPI, o imposto que incide sobre produtos industrializados. Em 2012, durante o governo Dilma Rousseff (PT), o Brasil aumentou a taxação dos veículos importados para proteger a indústria nacional, mas transformou parte da nova alíquota, apelidada então de “Super IPI” em créditos para empresas interessadas em trazer sua produção para o país.

A Audi, que já havia produzido em solo nacional entre 1999 e 2006, se interessou pelo programa, o “Inovar-Auto”, e decidiu, em 2015, reabrir sua linha de produção no Paraná. O programa federal foi encerrado ainda em 2017 e, alegando dificuldades em reaver esses créditos, a Audi paralisou sua produção em São José dos Pinhais pela segunda vez em dezembro de 2020.

Agora, a empresa sustenta que tem avançado em conversas com o governo para reaver esses créditos tributários. Mas, até lá, não divulga qual será o investimento em solo nacional, onde produzirá dois modelos de carros, e nem quantos empregos serão gerados.

Ainda pouco se sabe sobre a retomada, mas a empresa já adiantou que optou por um modelo de negócios em que todas as peças são trazidas de fora do Brasil. A indústria paranaense entrará apenas na última etapa do processo, de finalização dos carros. Roscheck aponta que o motivo para isso é que a empresa produz pequenos volumes, com cerca de 4 mil carros por ano, e isso inviabiliza a construção de uma cadeia de fornecedores nacionais.

A empresa ainda não definiu a data de retomada da linha de montagem, mas afirma que isso ocorrerá nas próximas semanas e que os carros produzidos chegarão ao mercado no primeiro semestre de 2022.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros