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A pandemia não impediu que a Balaroti mantivesse o plano de expansão elaborado pouco antes da crise sanitária de abrir mais 20 lojas no período de dez anos. Com 29 pontos de vendas no Paraná e Santa Catarina, a meta do grupo paranaense, um dos maiores do país no segmento de materiais de construção, é alcançar 49 unidades até 2030 nos dois estados.
Cinco dessas lojas já foram inauguradas: no bairro Xaxim e na Linha Verde em Curitiba, em Fazenda Rio Grande na Região Metropolitana, em Ponta Grossa e na cidade catarinense de Itajaí. Até o fim de 2023 a meta é abrir mais cinco unidades, executando assim metade da expansão traçada há dois anos.
Além disso, a marca, forte em Curitiba e Região Metropolitana, avança para novos mercados, inaugurando as primeiras unidades em Maringá, Cascavel e Londrina - essa com duas lojas -, além do segundo ponto de vendas em Joinville (SC).
A primeira dessas inaugurações será em Maringá, entre dezembro e janeiro. A primeira loja de Londrina será aberta em fevereiro e a segunda, em março. Já os novos pontos de vendas de Cascavel e Joinville têm previsão de abertura em abril.
"Pesquisas internas mostraram que o consumidor de Maringá, Londrina e Cascavel já conhece a marca Balaroti, seja por compras no e-commerce ou mesmo em visitas a lojas em Curitiba ou outras cidades. Por isso decidimos investir nessas novas praças", explica o gerente de marketing do grupo, Fernando Beker.
Outro ponto que pesou para a Balaroti investir nas três maiores cidades do interior do Parana é o potencial dos consumidores, empurrados pelo agronegócio. Segundo Becker, em Maringá, Londrina e Cascavel a rede pretende ampliar o atendimento aos públicos A e B+, cujo poder aquisitivo é maior.
"Nos últimos tempos perdemos boa parte da clientela da classe C justamente pela oscilação da economia, o que é normal. Por isso decidimos investir nessas três cidades, onde o poder aquisitivo dos consumidores sofre menos impacto da inflação", explica o diretor de marketing.
Beker explica que o plano original era abrir a segunda leva de cinco lojas ainda em 2022. Porém, questões burocráticas, em especial com a emissão de alvarás, acabaram estendendo a data para o fim do ano seguinte.
Por outro lado, as vendas de toda a rede estão sendo impulsionadas nesse ano pelos benefícios cedidos pelo governo federal, em especial o saque aniversário do FGTS, que sozinho deve injetar até R$ 700 mil mensais no faturamento ao grupo de materiais de construção.
Esforço para executar o plano
Bcker explica que apesar do superaquecimento no varejo de materiais de construção na pandemia, a empresa teve que ajustar ações para conseguir manter o plano de abertura de 20 novas lojas em uma década.
O principal empecilho, explica o gerente de marketing da Balaroti, foi a dificuldade de a indústria em abastecer o varejo com a falta de matéria prima. A explosão de vendas, quando muitas pessoas aproveitaram o isolamento social para construir ou reformar, ocorreu bem no período de restrições sanitárias, o que impactou na produção.
"Tivemos que aumentar não só o volume dos pedidos com os fornecedores, como trabalhar com prazos muito maiores, bem fora do comum. Se não fizéssemos isso, corríamos o risco de ficar sem produto para vender e com margem baixa", argumenta.
Beker cita o exemplo dos pisos de porcelanato. Normalmente, a empresa trabalha com estoque de 90 dias e a entrega é feita logo após o pedido. Com a falta de insumos na pandemia, a Balaroti teve que adquirir estoques de seis meses com prazo de entrega para 120 dias ou mais.
"Os fornecedores não tinham produto para entregar. Então tínhamos que arranjar formas de nos precaver. Fizemos compras na promessa de entregas. Tanto que hoje ainda estão chegando produtos que compramos lá atrás", explica o gerente de marketing.
Segundo Beker, essas adaptações que a pandemia exigiu permitiram que a Balaroti mantivesse o plano de expansão elaborado pouco antes da chegada da Covid-19 ao país.
Não fossem essas estratégias, argumenta o diretor, a rede teria dificuldades no planejamento financeiro para manter o fluxo de abertura de novas lojas. "Não teríamos margem nas vendas, seria muito complicado. E essas lojas foram planejadas exatamente pelo potencial de lucro que foi detectado nessas cidades", complementa.