O setor de bares e da gastronomia é volátil. Quando um empreendimento comemora 10 anos há lições aprendidas para que o negócio se mostre lucrativo e, principalmente, continue atraindo público e assim possa olhar com segurança a próxima década. O Quermesse ensinou lições ao empresário José Araújo Netto, que comemora a lucratividade e a atratividade que o empreendimento continua exercendo sobre curitibanos e visitantes. “É preciso acreditar no negócio, evitando mudá-lo constantemente. É preciso manter a essência, algo que conseguimos com o Quermesse. É preciso fazer ajustes, mas a essência não pode mudar”, confirma.
Sobre os aprendizados, Netto fala das questões ligadas a gestão de pessoas, de perceber oportunidades no mercado, avaliar o movimento da cidade. “Nosso público acompanha o amadurecimento do bar. Na abertura, atraíamos um público de 20 a 30 anos, até porque eu e meus irmãos estávamos nessa faixa etária. Hoje, nosso público se concentra na faixa dos 25 aos 45 anos. Sempre temos clientes novos frequentando a casa”, expõe. Segundo ele, por mais que abram mais e mais bares na cidade, o Quermesse continua sendo um porto-seguro. “Aqui o cliente sempre vai encontrar um bom atendimento, boa comida, um ambiente legar e confortável. Não quer arriscar? Vai no Quermesse”, confirma.
“O primeiro ano com certeza foi o mais difícil. Errei em muitos aspectos, mas isso foi o que nos fez crescer. Eu não desistia enquanto não tinha uma solução para os problemas que surgiam”
Negócio saudável
O empresário conta que hoje a lucratividade é menor que no começo, na abertura do bar. “Temos a questão da alta dos insumos e passamos por recessão econômica. Agora, a esperança é que comece a melhorar esse cenário. Mesmo assim, é um negócio muito saudável e rentável.” Aberto em 2009, Netto trouxe a experiência do pai, que sempre foi do ramo, e colocou à prova seu perfil empreendedor. Deu certo. “Antes, tínhamos um foco em promoção de bebidas, imaginando que o negócio do bar fosse a bebida. Mas logo percebemos que a fonte era a gastronomia. Então, reforçamos esse lado. Focamos em trabalhar com bons produtos e com muita qualidade, o que também nos dá longevidade.”
Na época em que foi aberto era o momento dos bares temáticos. “Os bares temáticos começaram a virar tendência e, como um dos diferenciais, no começo, também era servido almoço e assim nasceu um bar com ‘cara’ de restaurante”, conta o empresário. Como quermesse é a festa religiosa em homenagem aos santos padroeiros das paróquias nas cidades, o bar baseou sua decoração em peças antigas e objetos coloridos para criar o clima de cidade do interior. “Minha mãe é chef de cozinha e formulou um cardápio focado em comidas tradicionais de boteco. Isso fez com que fossemos bem aceitos pelo público.” O empreendimento nasceu familiar, um ponto que Netto aponta como positivo, mas nem sempre fácil de gerenciar. “Desde o início, toda a família assumiu um posicionamento bem profissional e a dedicação de cada um contribuiu para o crescimento do negócio.” Com 35 funcionários, continua sendo gerenciado por pai e filho.
“O grande desafio não é ter grandes ideias, isso surge todos os dias, mas sim colocar em prática. Você tem que viver em torno do seu negócio e se dedicar ao máximo para isso”