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Indústria paranaense

A centenária Leão investe para criar novos hábitos de consumo de chá

Leão investe em ampliação da capacidade de produção e em novos produtos. (Foto: Daniel Castellano)

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O brasileiro consome, em média, 19 doses de chá por infusão por ano. O consumo já foi menor. Há cerca de cinco anos eram cerca de 12 doses per capita/ano, em média, no país. Atualmente, o chá, que é a bebida mais consumida no mundo, está presente em 54% dos lares brasileiros. Embora o consumo venha crescendo no país, há muito espaço ainda para uma maior expansão. Nos demais países da América do Sul, por exemplo, o consumo varia entre 40 e 120 doses per capita/ano. É apostando neste potencial de crescimento que a indústria paranaense Leão Alimentos e Bebidas, tradicional fabricante de chás por infusão, vem investindo.

Nos últimos três anos a empresa centenária investiu R$ 15 milhões. Para 2023, projeta um novo aporte de investimentos desta mesma ordem. Somados os R$ 30 milhões de investimentos, a empresa projeta chegar ao final de 2023 com sua capacidade de produção ampliada em 25%.

Além da ampliação da capacidade de produção, os investimentos são direcionados ao desenvolvimento de novos produtos e a inovações que permitem processos mais sustentáveis, com a redução do uso de plástico nas embalagens.

Linha de produção fica em Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba. (Daniel Castellano).

A indústria, que nasceu em 1901, era a Leão Júnior S.A. Em 2007, foi adquirida pela Coca-Cola, passando à nova denominação - Leão Alimentos e Bebidas. A fábrica, que funcionava na Rua João Negrão, quase no centro de Curitiba, foi transferida para o município de Fazenda Rio Grande, na região metropolitana da capital. A empresa emprega atualmente 700 funcionários.

Leão é líder no segmento

O segmento de chá por infusão movimentou R$ 1 bilhão em vendas em todo o Brasil em 2022. A Leão é líder do segmento, respondendo por 65% do volume total de vendas. “Nosso grande desafio é criar novos hábitos de consumo”, destaca Marcelo Correa, CEO da Leão. Segundo ele, a empresa tem diversificado seu portfólio. Foi  pioneira, em 2019, no lançamento do chá por infusão em água gelada.

“Com isso, criamos novas oportunidades de consumo, não mais apenas em casa ou no escritório, mas também na faculdade, na academia, na rua”, observa o CEO. Ele acrescenta que a opção por consumir a bebida em outra temperatura que não a quente, num país com as características de clima como o Brasil, é bastante interessante. A alternativa se justifica principalmente tendo em vista que o público consumidor da Leão está espalhado pelo país todo. “Produzimos no Paraná, mas vendemos para todas as regiões brasileiras”, conta. Os produtos estão presentes em mais de 150 mil pontos fixos de venda e também nas principais redes de ecommerce.

As inovações não pararam por aí. Em 2020 foram lançados os chás funcionais, voltados ao equilíbrio, relaxamento e energia, por exemplo. Em 2021, foi lançada uma linha de chás para o público infantil, também para o preparo em água fria para que as próprias crianças possam preparar, sem se expor ao risco da água em alta temperatura. E, em 2022, foi a vez da linha de vitamínicos, que são chás que têm vitaminas em sua composição.

“Todos esses lançamentos foram estudados e pensados para atender a necessidade do nosso público consumidor, que tem demonstrado interesse cada vez maior em produtos mais saudáveis”, explica Correa.

Redução no uso de plástico

A empresa tem investido também em sustentabilidade. Parte dos investimentos foram direcionados a novos maquinários que permitiram reduzir o uso de plástico nas embalagens. Sem comprometer a qualidade e segurança do produto, foi possível reduzir o uso de filmes plásticos que vinham sendo usados em algumas linhas para selar as caixinhas de chá. Em 2022, a redução foi de aproximadamente 4 toneladas de plástico.

A Leão tem em seu portfólio hoje mais de 70 tipos diferentes de chás. Embora tenha diversificado os produtos com a introdução de frutas, flores e blends, a erva-mate, que deu origem à fábrica, continua tendo um papel relevante na composição das bebidas.

“Toda a erva-mate que processamos vem do Sul do Brasil, de ervateiros que fazem a fase inicial de beneficiamento – a secagem da planta”, conta Fabiano Rangel, head de desenvolvimento organizacional e institucional.

Destacando a preocupação com a sustentabilidade, ele explica que mais de 90% da erva-mate comprada dos ervateiros são processadas com energia renovável, com captação fotovoltaica. Além disso, segundo Rangel, há projetos de manejo sustentável desenvolvido junto aos agricultores que cultivam a planta. Todo o fornecimento envolve cerca de 4 mil produtores de erva-mate do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

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