Diretor da rede diz que estratégia é abrir complexos de no máximo quatro salas em cidades com menos de 150 mil habitantes.| Foto: Kelly Knevels/Divulgação.

O glamour das salas de cinema VIP´s do Shopping Pátio Batel, em Curitiba, agradam e, muito, o público local. Mas se engana quem pensa que a rede Cinépolis mira somente o ramo de luxo. A verdade é que a companhia tem sua estratégia comercial embasada na diversidade e popularidade, além de buscar novas aberturas, principalmente em cidades do interior.

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O presidente da rede, Luiz Gonzaga de Luca, garante que segue rigorosamente o modelo de expansão da terra natal da marca, o México. O fato ajuda a explicar porquê levou apenas 10 anos para o Cinépolis ser a segunda maior rede de cinemas no Brasil.

“Eu brinco que não estamos do Oiapoque ao Chuí, mas de Macapá a Santa Maria, com certeza. O que nos interessa é atender todos os públicos”, ri o empresário ao explicar a lógica do circuito.

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Acompanhado de um enorme balde de pipoca, o executivo apresentou ao Paraná S/A a maior sala de cinema da capital paranaense, no Jockey Plaza Shopping, no bairro Tarumã. O espaço tem 425 poltronas batizada de Macro XE. No local, Luca inaugurou, no último dia 24 de julho, o segundo cinema da rede em Curitiba, um complexo que, até setembro de 2019, terá oito salas, totalizando 1,5 mil lugares.

Para este blog, o diretor explicou como espera deixar para trás o Cinemark, seu principal concorrente, brigando para se estabelecer em cidades com menos de 150 mil habitantes. Nesta entrevista exclusiva, ele também adiantou que, em abril de 2020, deve abrir as portas de outro cinema na capital - no Xaxim - e está de olho em novos investimentos, no interior do estado. Confira.

O tamanho da sala é realmente impressionante.

Não é? É outra coisa. Esse tipo de sala propicia uma sensação emotiva muito forte e contagiante. Assisti os Vingadores (Ultimato) em uma Macro XE e fiquei emocionado. Desde a minha adolescência não via torcida no cinema.

É com salas deste tamanho que você pretende conquistar o Paraná?

Não temos uma estratégia única para o estado mas, sim, uma nacional. Nossos principais concorrentes estão no país há mais de 20 anos, alguns até 100 anos, como é o caso do Kinoplex. Então, quando viemos para o Brasil, há uma década, era muito forte esse conceito de que não havia mais espaço nos grandes circuitos, principalmente no Sul e Sudeste. O que adotamos foi a ideia de ir onde pudéssemos. Havia uma lacuna grande no Norte e Nordeste e focamos intensamente lá, porque o mercado não os enxergava. Tanto é que hoje somos o maior grupo nessas regiões, bem como no interior de São Paulo. No Paraná, vamos seguir essa mesma linha.

Já há algo fechado em nosso estado para os próximos meses?

Tenho uma proximidade com os irmãos Tacla, olhando para novos empreendimentos. Com o Park Shopping Boulevard também estamos fechados [empreendimento do Grupo Massa, na Linha Verde, previsto para inaugurar em abril do ano que vem]. Lá, por exemplo, vai ser um público totalmente diferente do Jockey Plaza ou Pátio Batel, já que é um outlet, estilo varejão.

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Quando se fala do interior do Paraná, o projeto é o mesmo que estamos replicando em Ourinhos (SP), Piracicaba(SP) e Três Lagoas (MS): conjuntos de quatro salas, menores e mais simples, para atender cidades de até 150 mil habitantes.

Ainda falando de nosso estado, quanto já foi investido?

Com o Pátio Batel e o Jockey Plaza foram 40 milhões. Em todo território nacional as somas chegam a R$ 1 bilhão.

Apesar dessa estratégia popular, em Curitiba, o Cinépolis é sinônimo de atendimento VIP, por conta do Pátio Batel.

Sim. Foi uma oportunidade de negócio. Reproduzimos no Pátio Batel, o que fizemos no JK Iguatemi, em São Paulo. Não tenho modéstia ao dizer que são os dois cinemas mais sofisticados do Brasil. E entendo que graças a esse atendimento VIP associou-se a marca Cinépolis a um público de alto poder aquisitivo, nessas regiões. E não é bem por aí. Por exemplo, aqui no Jockey ,espero um público entre 500 e 600 mil pessoas no ano. Um número muito superior ao Pátio Batel, até mesmo por conta do número de poltronas.

É assim que vocês pretendem desbancar a concorrência?

O Cinemark, que é a maior rede do Brasil, tem 630 salas. Estamos no maior número de cidades, mas com 415 salas. Agora, se somar o número de cinemas para inaugurar nos próximos três anos, dos dez maiores exibidores brasileiros, nós somos o que tem maior número de salas para abrir. Estamos investindo nisso.