Concessionária de motos Blokton em Curitiba.| Foto: Divulgação Blokton
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A pandemia e a inflação seguem empurrando clientes às lojas de moto. Na Blokton, concessionária Honda de Curitiba com 21 unidades no Paraná, as vendas cresceram 21,5% no balanço do primeiro semestre de 2022 em relação ao mesmo período de 2021. A empresa não informou o número de unidades vendidas nos dois períodos.

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Desde o início da crise sanitária mais pessoas compraram motos. Tendência que tem sido reforçada pela inflação dos últimos meses, em especial no preço do combustível. "Todo dia a gente atende pessoas que querem deixar o carro em casa para economizar com a moto", explica o diretor-geral da Blokton, Marcello Macedo.

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Enquanto que um carro faz em torno de 15 quilômetros por litro de gasolina, a moto chega a 35 quilômetros por litro. "A pessoa consegue pagar a parcela da moto só na economia de combustível em deixar de circular de carro", ressalta.

O aumento nas vendas segue mesmo com a alta no preço das motos nos últimos meses. Desde 2021, o preço médio da moto zero na concessionária subiu 13,1%. No modelo mais vendido, a Honda CG, o aumento foi ainda maior: 26,6% desde o ano passado, ficando em torno de R$ 15 mil. No acumulado desde o início da pandemia em 2020, o valor da CG acumula 36,16% de reajuste.

"A combinação do consumo baixo de combustível e o preço mais acessível das motos, mesmo com os reajustes dos últimos meses, ainda é atrativa, principalmente nas motos de baixa cilindrada", aponta o diretor da Blokton.

Fila de espera

No caso das motos de alta cilindrada, que são mais caras, a procura está grande no mercado de seminovas. Isso porque a indústria ainda não conseguiu regularizar o impacto da pandemia na produção.

Na Blokton, a fila de espera de uma moto zero de alta cilindrada chega a seis meses, dependendo do modelo. Como comparação, o tempo de entrega das motos de baixa cilindrada está entre um e dois meses.

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"A fila da moto zero de alta cilindrada o que vem favorecendo as vendas das seminovas. A indústria está priorizando o que vende mais, que é a moto de baixa cilindrada", explica Macedo. "Nesse caso, o aumento das vendas também é reflexo da pandemia. Muitas pessoas reforçaram ou adquiriram o hobby de passear de moto na pandemia para reduzir o risco de contágio da Covid", explica.

Em 2020, no início da pandemia, a fábrica da Honda em Manaus (AM) parou a produção por cerca de dois meses. Em janeiro desse ano, a fabricação voltou a ser paralisada por duas semanas pelo alto contágio da variante ômicron do coronavírus. Isso prejudicou as entregas nas lojas, que tiveram que vender apenas o que tinham no estoque.

A perspectiva, aponta Macedo, é de que daqui por diante as entregas da fabricante às concessionárias se estabilizem, o que deve impactar no preço das motos. "A fila de espera deve acabar nos próximos meses. A gente já tem observado que a indústria tem melhorado o ritmo de entrega, o que deve baixar o preço", avalia.

Ferramentas de vendas

A pandemia também acelerou a implantação de ferramentas tecnológicas nas vendas da Blokton. Tanto que a empresa planeja intensificar os processos digitais não só no momento da venda, mas também no relacionamento com o cliente.

O principal impacto da digitalização foi nas vendas de seminovas na concessionária, aponta Macedo. O primeiro cuidado nesse sentido foi investir mais na qualidade de fotos e vídeos das motos no próprio site da Blokton.

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"Criamos ferramentas para os clientes mandarem fotos das motos para nossa primeira avaliação. Pedimos para uma plataforma adaptar essa ferramenta para motos", aponta.

A empresa também melhorou a exposição de seus produtos em portais de vendas como OLX, Webmotor, Mercado Livre, entre outros. Além das vendas de motos, as ferramentas tecnológicas também tem colaborado na venda de outros produtos da Blokton, como consórcios.

Nesse sentido, a pandemia ajudou a conscientizar as equipes de vendas da importância das ferramentas para ajudar na comercialização. "Mudança de processos sempre traz uma certa rejeição inicial da equipe. Mas na pandemia isso ficou mais fácil porque todos entenderam os benefícios disso para evoluirmos em conjunto", aponta Macedo.