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Indústria automobilística

Como uma montadora do PR tem desafiado campeãs de vendas de caminhões no Brasil

DAF Caminhões
Caminhões DAF CF, lançados em março de 2021 no Brasil (Foto: Divulgação)

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Sem medo de crise, uma fábrica com a força de trabalho paranaense passou por cima da pandemia e agora segue como uma das protagonistas no mercado de caminhões. Há apenas oito anos no Brasil, a DAF Caminhões, instalada em Ponta Grossa, vem assombrando concorrentes que já atuam no país há décadas, como a Scania, por aqui desde os anos 1950, e a Iveco, que chegou anos 1990.

Com planos de ampliar sua linha, a empresa deve crescer ainda mais sua fatia nesse disputado mercado.

De acordo com números da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), no acumulado deste ano, a DAF foi responsável por 4,37% dos emplacamentos de caminhões no Brasil, uma porcentagem pouco abaixo dos 6,32% da Iveco e na perseguição dos 12,64% da Scania. Mercedes-Benz , Volkswagen e Volvo ainda dominam este mercado. Em termos de veículos, o modelo DAF XF, da indústria paranaense, foi o quarto mais vendido em 2021.

O resultado reflete um crescimento acelerado da marca no Brasil – a DAF é de origem holandesa e hoje é subsidiária do grupo americano Paccar. Desde a instalação de sua fábrica nos Campos Gerais, a única no Brasil, a empresa emplacou perto de 16 mil caminhões. "Nosso crescimento vem acontecendo de maneira acelerada. O primeiro caminhão [foi emplacado] lá em outubro de 2013. Foram vendidos, naquele ano, 20 e poucos caminhões. Em 2014, 50 e poucos. Em 2015 foram 243 caminhões no ano. Em 2016 foram mais de mil e a partir dali fomos dobrando", diz Luis Antônio Gambim, diretor comercial da empresa.

Neste ano, a marca prevê produzir 6 mil caminhões e no próximo a meta deve ser de 8 mil a 10 mil caminhões, dependendo do mercado de peças e componentes. Como toda a indústria automobilística, a empresa sofreu com a crise dos semicondutores, com o preço alto do aço e com a escassez de pneus e componentes plásticos, efeitos diretos da pandemia. Ainda assim, não interrompeu a produção ou demitiu – ao contrário, a empresa aumentou o quadro de 500 para 600 funcionários no último ano.

Para o executivo, a divulgação da marca, a estratégia de crescer em rede de concessionárias e o foco no desenvolvimento do produto explicam o bom momento da empresa e a boa aceitação dos modelos da marca, que ainda atua oferecendo apenas as versões de pesados (acima de 40 toneladas) no país. Hoje a rede concessionária da DAF passa dos 50 pontos de atendimento no Brasil, com um crescimento de 10 novos locais por ano. Isso, na visão de Gambim, coloca a montadora cabeça a cabeça com seus principais concorrentes.

Apesar disso, o diretor comercial aponta que "não é o primeiro objetivo alcançar a liderança”. “O objetivo é ter um crescimento rápido e isso vem acontecendo. A gente quer crescer de uma forma bem alicerçada e madura, com um processo de treinamento de nossas concessionárias. Esse é o nosso segredo, crescimento de forma consistente", diz Gambim.

A expectativa de avançar em um mercado em que ainda não atua no país pode fazer os números da DAF avançarem mais nos próximos anos. É que a empresa mantém planos de oferecer veículos nas linhas de semipesados e leves. “A DAF no mundo começa com [caminhões de] 3,5 toneladas. Temos uma linha completa de veículos”, indica o diretor. “A estratégia de entrada no Brasil foi essa, de entrar no segmento de maior volume, que são os caminhões acima de 40 toneladas [eles respondem por 80% das vendas no Brasil]. Faz todo sentido lançar [neste segundo momento] um modelo acima de 15 toneladas”, defende.

Não há, no entanto, data para o lançamento de uma nova linha, indica o diretor. Por enquanto, as fichas seguem nos pesados.

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