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Estratégia

Como o Pátio Batel conseguiu superar a crise e crescer em plena pandemia

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Mais de um ano e meio após a pandemia atropelar o setor varejista, um dos mais importantes centros de compras do Paraná ganha fôlego e embala em um excelente ritmo de retomada. O Pátio Batel, shopping center de Curitiba, fechou setembro com faturamento 45% mais elevado nas suas lojas do segmento luxo do que no mesmo período do ano passado e 38% acima de 2019, período pré-Covid.

De acordo com Fernando Bonamico, superintendente do empreendimento, os números são recorde para o shopping, que chega em 2021 ao seu oitavo ano de operação. E a tendência para o fim do ano é de continuidade no bom resultado financeiro. Uma das explicações, para o gestor, foi o aumento do consumo interno com as restrições de viagens internacionais -- a pandemia causou o fechamento de fronteiras durante vários meses de 2020 e 2021.

“No segmento luxo, fomos agraciados pelas restrições de viagens. Muitas das lojas de marcas internacionais ganharam novos clientes. Esses clientes costumavam comprar nas lojas de fora [do país] porque acreditavam que elas tinham mix de produtos mais completo e passaram a entender que aqui nós temos também um bom mix e, ao mesmo tempo, condições de pagamento diferenciadas”, diz.

Com a melhora nos números pandêmicos e a redução das restrições às atividades comerciais, o superintendente aposta em um fim de ano “excelente”. “Minha expectativa é que tenhamos um excelente final de ano. Isso já está se mostrando com a retomada vigorosa dos últimos meses. As pessoas vivem de confiança, de segurança. Se eu tenho segurança de que a doença está controlada, que eu posso sair mais de casa, frequentar mais lugares, e se eu ainda tenho algum poder aquisitivo, vou consumir um pouco mais”, destaca.

Apesar do bom desempenho em plena pandemia, Bonamico pondera que a crise afetou o shopping center, especialmente nos primeiros meses de pandemia. “Foi algo mundial e no nosso setor não foi diferente para ninguém, seja qual for o perfil do shopping. (...) ‘Passamos o chapéu’ para nossos lojistas para que eles sobrevivessem, dando descontos, carências... A gente trabalhou muito na redução de despesas tentando ao máximo aliviar [a situação dos donos de loja]”, aponta.

O superintendente do Pátio Batel avalia, no entanto, que o perfil das lojas do shopping center, famoso por grifes de luxo historicamente consolidadas, ajudou os empresários a absorverem melhor o impacto. Mesmo reduzido, o consumo ainda ocorreu nesses primeiros meses da pandemia. "Eles [consumidores de maior poder aquisitivo] não deixaram de comprar, apenas compraram menos. Então, se eu comprava três peças em uma determinada loja, passei a comprar uma ou a consumir de outra marca”, diz.

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