A Copel e o Simepar estão na fase final do desenvolvimento de um sistema que faz uso de inteligência artificial para prever impactos de temporais no fornecimento de energia elétrica para os mais de 11 milhões de clientes que a companhia atende no Paraná.
A aplicação se abastece com o histórico de informações das intempéries climáticas captadas pelas estações, satélites e radares meteorológicos do Simepar em todas as regiões paranaenses. No passo seguinte, faz o cruzamento dessas informações com os registros de desligamentos da rede da Copel dos últimos anos. A expectativa é que o sistema esteja pronto até o início do próximo período de chuvas, que começa em outubro.
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Os registros foram divididos em 19 categorias distintas de danos na rede elétrica causados por intempéries. O objetivo é calcular o número aproximado de consumidores que podem ser afetados por uma tempestade que se aproxima e, assim, agir preventivamente, na estratégia e no planejamento de atividades das equipes da Copel para o restabelecimento da energia com a maior rapidez possível.
“Essa é uma ferramenta muito promissora, porque ajuda a companhia a se preparar para restabelecer o fornecimento de energia com mais rapidez em caso de temporais”, avalia o presidente da Copel, Daniel Slaviero.
Processamento de informações pela inteligência artificial
Para aprender os padrões das tempestades e indicar onde e como elas podem provocar desligamentos, o sistema de inteligência artificial processa informações sobre diferentes variáveis climáticas e estima potenciais impactos na rede elétrica. Assim, de um lado entram informações sobre rajadas de ventos, raios e intensidade das chuvas. De outro, saem as estimativas sobre os desligamentos e as diferentes causas, como possíveis rompimentos de cabos, avarias em postes e queima de equipamentos, dentre outros.
O diretor de operação e manutenção da Copel, Júlio Omori, explica que, com a IA, o aplicativo “faz hoje em minutos o trabalho que levaria dias até algum tempo atrás”. Para obter essa capacidade de processamento, a Copel adquiriu um supercomputador, cedido ao Simepar. “É a tecnologia trabalhando a favor do nosso cliente”, destaca Omori.
As informações são disponibilizadas em um portal na internet (com versão para celular), que é acessado pelos profissionais da Copel. Ao analisar os dados fornecidos pelo histórico de tempestades e de desligamentos, o sistema informa sobre o impacto de temporais em curto (1 a 3 horas) e médio (1 a 5 dias) prazos.
A IA indica o número de imóveis que podem ficar sem energia por região, por município e por área de atendimento da Copel. Tudo é apresentado de forma prática e visual, e os técnicos podem acompanhar as regiões mais críticas em um mapa interativo do Paraná.
“Em situações de maior risco, o sistema emite alertas que indicam a previsão do número de consumidores que pode ficar sem energia e a área que será atingida”, explica Marcos Vinícius de Oliveira Cardoso, gerente de pós-operação da companhia e líder do projeto. “Além disso, os alertas apontam se o evento será localizado ou se há possibilidade de alcançar uma área mais ampla.”
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