Uma pesquisa realizada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), com 209 empresas de Curitiba e região, aponta que o ano de 2020 era inicialmente estimado como sendo muito promissor em relação ao mercado de trabalho, mas agora a realidade é outra e o cenário é de incerteza. Antes, 59% das companhias ouvidas pretendiam aumentar o quadro de funcionários, porém no momento, por conta do coronavírus, 42% das empresas adiaram contratações. Outra informação apurada é de que após o período de pandemia haverá uma mudança significativa no perfil dos profissionais contratados que precisarão ser, acima de tudo, resilientes e flexíveis. Os dados foram verificados entre os dias 9 e 23 de abril.
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O levantamento, que ouviu profissionais de Recursos Humanos, responsáveis diretos no recrutamento de funcionários, mostra os impactos causados pela Covid-19 na oferta de vagas. Com menos de 30 dias de isolamento social, 20% das empresas alegaram que o plano inicial de ampliar o quadro de funcionários neste ano não será mantido e 23% já cancelaram contratações, ou seja, não cogitam reabrir essas vagas após período de quarentena. Para grande parte delas, 42%, a opção foi adiar as admissões enquanto 45% dizem que não sabem como ficará o planejamento para o restante do ano.
A coordenadora do PUC Carreiras - iniciativa responsável pela pesquisa -, Isabela Albuquerque, comenta que um fator que faz com que as empresas não possam pensar em estratégias até o final no ano, ou mesmo em projeções para 2021, é a incerteza do momento.
“O cenário hoje para todos os negócios é o de se planejar com um horizonte muito curto. Algumas empresas até conseguem estabelecer possíveis planos com possibilidades (muito crítico, médio e melhor), mas ainda assim com expectativas em pequeno prazo”, explica.
Por isso, ela acredita, inclusive, que se a pesquisa for refeita daqui a um mês os resultados podem ser ainda piores em relação a oferta de vagas no mercado de trabalho.
Novo perfil
A crise causada pelo coronavírus mostrou às empresas a importância de um novo perfil de profissional. Antes, a contratação de um colaborador levava em consideração o comprometimento e a pró-atividade como itens essenciais. Agora, a contratação passará diretamente pela característica de resiliência e flexibilidade. Isso porque a nova realidade causada pela pandemia mostrou o quanto é necessário que o profissional seja versátil e possa ajudar, de diferentes maneiras, a empresa a encontrar soluções em momentos desafiadores.
Por isso, para seguir com chances de se recolocar no mercado de trabalho, os profissionais precisam utilizar o momento para se readaptar às novas exigências.
“A crise vai passar, só não sabemos quando. Porém, o desemprego já se manifesta, e isso vai aumentar a concorrência. Por isso, o momento exige que os profissionais se especializem o máximo que puderem. Não dá para ficar parado esperando o que vai acontecer. O mercado vai ser diferente e será muito mais concorrido. É hora de se preparar para esse novo cenário”, finaliza.
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