Os primeiros seis meses de 2018 foram de leve recuperação para o mercado imobiliário de Curitiba. A cidade registrou um aumento de 31% no número de apartamentos novos vendidos em relação ao primeiro semestre de 2017 e viu os imóveis comerciais saírem da retração. De 12 distratos registrados no ano passado, o segmento foi para 259 unidades novas vendidas de janeiro a junho deste ano. No geral, juntando imóveis novos residenciais e comerciais, o aumento nas vendas foi de praticamente 50%, para 2.327 unidades. Os dados são da Associação dos Dirigentes das Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), em parceria com a Brain Bureau de Inteligência Corporativa, e consideram uma parte do mercado, a dos apartamentos vendidos na planta e que estão prontos para morar e também as unidades comerciais verticais.
Apesar de otimista o mercado segue tímido em relação a novas construções, com 724 unidades lançadas no primeiro semestre deste ano apenas contra 1.783 no mesmo período do ano passado. Curitiba tem hoje o menor estoque de apartamentos e escritórios novos dos últimos sete anos. São 7.282 unidades à venda, 11,6% a menos do que nos últimos 12 meses. O pico do mercado curitibano foi em 2012, com 11,5 mil unidades em estoque. Graças também a essa velha relação entre oferta e demanda, além de fatores como inflação controlada e crédito mais barato, é que a cidade vem conseguindo repassar preços um pouco acima da inflação aos consumidores.
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Enquanto nacionalmente se fala em pouco espaço para o aumento de preços de imóveis, Curitiba teve uma alta de 3% no preço médio dos apartamentos novos entre junho de 2017 e junho deste ano, para R$ 7.224 o metro quadrado. “A longo prazo, as perspectivas também são boas. As projeções [para a inflação] se mantêm abaixo de 6% nos próximos dois anos. Também houve um aumento no volume da poupança, o que gera um funding maior para o mercado imobiliário”, avalia o vice-presidente da Ademi-PR, Leonardo Pissetti. De fato, a lenta retomada da economia e a resistência do consumidor em assumir dívidas longas, principalmente em razão das altas taxas de desemprego, devem levar a uma situação inédita no país neste ano e também no próximo: uma “sobra” R$ 114 bilhões em recursos para financiamento, segundo estimativas da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Nacionalmente, e também na capital paranaense, as esperanças de uma retomada mais forte do mercado olham para 2019 em diante. A partir de janeiro do ano que vem, novas regras para o crédito imobiliário entrarão em vigor no país prometem um novo fôlego a um setor que passou os quatro últimos anos patinando. Entre as mudanças, estão a liberação do uso do FGTS para imóveis mais caros, de até R$ 1,5 milhão, a flexibilização da alocação dos recursos da poupança por parte dos bancos e – até como forma de contrabalançar a colher de chá dada ao segmento de luxo – a definição de medidas técnicas que incentivarão a concessão de mais crédito para imóveis residenciais de até R$ 500 mil. Mas tudo isso só significará mais construções e pessoas com casa própria se houver também uma retomada mais forte da economia e, principalmente, dos níveis de emprego.
A leve recuperação das novas unidades verticais de Curitiba:
Venda de imóveis residenciais e comerciais novos em Curitiba:
1º semestre 2018 – 2.327 imóveis
1º semestre 2017 – 1.568 imóveis
CRESCIMENTO DE 48,4 %
Venda de apartamentos novos em Curitiba:
1º semestre de 2018 – 2.068 imóveis
1º semestre de 2017 – 1.580 imóveis
CRESCIMENTO DE 31%
Venda de salas comerciais novas em Curitiba:
1.º semestre de 2018: 259 imóveis
1.º semestre de 2017: -12 imóveis
Preço médio do m² dos imóveis residenciais novos em Curitiba (R$/m²):
Junho/2018 – R$ 7.224,00
Junho/2017 – R$ 7.011,00
ALTA DE 3%
Estoque de apartamentos residenciais novos em Curitiba:
Junho/2018 – 7.282 imóveis
Junho/2017 – 8.234 imóveis
QUEDA DE 11,6%
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