Biofábrica está instalada na Cidade Industrial de Curitiba| Foto: Gabriel Rosa/AEN
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Mais uma fábrica de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia (Wolbitos) para controle de arboviroses, em especial a dengue, chikungunya e zika está sendo implantada no Paraná. Considerada a maior de todas as unidades já construídas, a nova biofábrica, instalada em Curitiba está com 35% das obras concluídas, e deve entrar em operação em 2025.

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As atualizações do projeto foram anunciadas na última semana no auditório do Tecpar, na Cidade Industrial de Curitiba, em um evento comemorativo dos dez anos da implementação do Método Wolbachia no Brasil. A celebração teve a participação do governo do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e representantes dos municípios beneficiados pelo projeto.

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A nova unidade é a maior do mundo e está localizada na área do Parque Tecnológico da Saúde, sob a responsabilidade do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), vinculado à Fiocruz, e World Mosquito Program (WMP). Ela atenderá à demanda vinda do Ministério da Saúde e da Fiocruz, com uma expectativa de produção de cerca de 100 milhões de ovos de mosquitos por semana, priorizando municípios com alto risco de dengue.

A previsão é de que ao longo de dez anos de atividade, aproximadamente 140 milhões de brasileiros possam ser beneficiados com a implementação do método em diversos municípios do país, por meio da produção da fábrica na capital do estado.

“No Paraná, temos dois municípios, nas regiões Oeste e Norte que estão sendo beneficiadas por essa tecnologia. As fábricas foram inauguradas há pouco tempo e é uma das estratégias de enfrentamento à dengue. O estado apoia a iniciativa, já que essa produção ajuda todos os locais a enfrentar um problema antigo”, disse a coordenadora da Vigilância Ambiental da Sesa, Ivana Lucia Belmonte.

Os mosquitos com Wolbachia são soltos em diferentes locais no Brasil e no mundo. No Paraná, já foram soltos cerca de 13 milhões de Wolbitos em Londrina e 7 milhões em Foz do Iguaçu. Atualmente, Joinville (SC), Presidente Prudente (SP), Uberlândia (MG) e Natal (RN), são os outros municípios selecionados pelo Ministério da Saúde onde o método é aplicado.

“A estratégia é uma das alternativas que encontramos para o enfrentamento ao mosquito da dengue. Em Niterói (RJ), onde o projeto começou, os resultados foram muito positivos. Esperamos abranger outros municípios do país com essa tecnologia, que é sustentável e efetiva”, ressaltou Livia Vinhal, coordenadora-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde.

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Método reduz a transmissão do vírus

Desenvolvido na Austrália, o método é usado no Brasil porque, desde 2014, o país é um dos 14 que compõem o Programa Mundial de Mosquitos - WMP (World Mosquito Program). A iniciativa internacional é conduzida pela Fiocruz, com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com os governos locais.

Para Luciano Moreira, líder do Método Wolbachia no Brasil, a década de desenvolvimento do projeto trouxe resultados significativos de redução do mosquito transmissor. “Quando iniciamos, respaldados na ciência, tivemos resultados de quase 60% na redução de casos.”

A Wolbachia é uma bactéria presente em aproximadamente 60% dos insetos no mundo. Em laboratório, os pesquisadores do WMP conseguiram introduzir esta bactéria dentro dos ovos de Aedes aegypti. Foi comprovado que, quando a bactéria está presente no mosquito, os vírus não se desenvolvem bem com redução do risco de transmissão.

“Já solicitamos que a estratégia seja aplicada a outros municípios, além dos já selecionados no estado. Não existe uma definição ainda, dependemos do Ministério da Saúde para essa escolha”, complementa a coordenadora da Sesa.