Uma das empresas mais tradicionais do estado, a rede de farmácias Nissei, lançará ações na Bolsa de Valores, em uma transação que poderá levantar até R$ 1 bilhão, de acordo com fontes familiarizadas com a negociação. Será a primeira abertura pública de capital – ou IPO na sigla em inglês – da paranaense, que hoje é controlada pelo empresário Sergio Maeoka (dono de 98% da empresa).
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Criada em 1986, a Nissei tem mais de 300 lojas espalhadas por 76 cidades Paraná, São Paulo e Santa Catarina. Aqui no estado domina 20% do mercado, segundo dados da consultoria IQVIA, especializada em medições na área de Saúde. Somente na capital, Curitiba, o domínio é de 26%. Nas cidades em que atua em SC e SP, a rede aponta ter uma fatia respectivamente de 4,5% e 3,3% do mercado. Os números garantem a rede entre as dez maiores do Brasil em termos de receita de vendas e em número de lojas, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).
De 2017 a 2019, a empresa viu suas receitas aumentarem de R$ 1,2 bilhão para R$ 1,4 bilhão - até junho deste ano está em R$ 758 milhões. O Ebitda (que é o que a empresa gerou de valor, de fato), chegou a R$ 136 milhões no ano passado, o valor mais alto dos anos recentes. Mas, no mesmo período, operou com prejuízo de R$ 14 milhões.
Além disso, a empresa possui uma infraestrutura com centro de distribuição em Colombo, na região metropolitana, de cerca de 17 mil metros quadrados de área construída, capaz de abastecer com rapidez as lojas físicas e atender as plataformas digitais – aposta que se intensificou sobretudo nesse período de pandemia. “É capaz de atender até 500 lojas e opera, atualmente, com uma capacidade de utilização de 60% do seu espaço físico e apenas um turno na maioria das suas funções. Possuímos mais de 30 veículos próprios, que realizam entregas em um raio de até 100 km, sendo as distâncias maiores realizadas por empresa terceirizada. Com a modernização da infraestrutura logística e tecnológica, conseguimos atingir processos centralizados, integração de sistemas e uma estratégia mais alinhada entre o centro de distribuição e lojas”, relatou a empresa em minuta cadastrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador deste tipo de transação.
Embora a Nissei não comente o assunto, o que é praxe em pré-aberturas de IPO, o dinheiro levantado nas vendas de ações será usado na expansão da rede, sobretudo via compra de farmácias já existentes, ao que indica a minuta. “Em 2020, continuamos a investir em nossa estrutura e pretendemos expandir ainda mais nossos negócios por meio da abertura de novas lojas e aquisições de drogarias médias, já que vemos grande potencial de crescimento nas regiões em que atuamos, e pretendemos aproveitar oportunidades de M&A [fusões e aquisições, na sigla em inglês] no pós-Covid”, diz o texto.
A empresa já vinha atuando dessa forma e em seu histórico adquiriu marcas como Drogamed, Drogaria Brasil e Farmácia Trajano.
“Vemos também oportunidades em outros nichos de mercado, como aquisição de distribuidora de alto custo e crescimento no mix de marcas próprias. Além disso, planejamos aumentar nossas vendas por plataformas digitais”, complementa a minuta, que indica interesse em fortalecer a marca fora do Paraná. “Queremos fazer a consolidação no estado e expansão nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, entre outros.”
Ainda não há data definida para o IPO ou o preço estimado das ações, fatores que devem ser definidos nos próximos meses. Na bolsa, a Nissei deve ter como principal concorrente a RD, que é dona das farmácias Drogasil e Raia.
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