Surfar a onda do mercado pode ser um termo popular entre empresas que acabaram de abrir as portas, mas para a maringaense Aldo, reinventar os negócios é praticamente uma marca registrada. Isso porque nos 38 anos em que a empresa está ativa já receberam a alcunha de maiores distribuidores de monitores, chegaram a ser os líderes em venda de componentes para computadores e, acredite, até foram referência no ramo de antenas.
Mas hoje, 90% do seu faturamento bilionário–- até o final de 2019 a cifra deve ultrapassar o R$ 1,1 bilhão - vem da venda de painéis solares e itens relacionados a geração de energia renovável.
A mudança foi tão impactante para os negócios que no ano passado, os mais de 150 funcionários do local, chegaram a receber como participação nos lucros da empresa o equivalente a 14 salários extras, algo que os executivos brincam dizendo ser um “gordo” bônus. Poderia parar por aí.
Mas o que impressiona é que praticamente 9 em cada 10 compras feitas na Aldo são fechadas pela loja virtual da empresa, um detalhe que revela exatamente a forma como os empresários tratam o negócio.
“Em 1995 a Aldo já tinha um site. Era pioneiro na cidade”, comenta o diretor comercial da empresa, Joaquim Fernandes. “Era uma questão estratégica. Os revendedores parceiros vendiam durante o dia e acessavam o nosso site a noite, para encomendar tudo de uma só vez. Dessa forma ganhavam isenção de frete. Era quase educativo”, explica o profissional.
Esse caráter de "escolarizar os clientes", explica os números. Desde 2015 sem atuar diretamente com o varejo, a Aldo dedicou os últimos anos a estreitar a relação com revendedores e explorar o mercado inédito de energia solar. Descobriu que os ramos não estavam assim, tão distantes.
"Quem compra componentes eletrônicos, investe na área de TI, acaba naturalmente também necessitando de equipamentos com baixo consumo de energia. Então porque não oferecer o sistema fotovoltaico? Se abrimos um inversor, veremos que ele por dentro é um computador", garante o diretor comercial.
Diante da lucrativa alteração no foco de negócios, os executivos da empresa admitem que, apesar da flexibilidade ser uma das raízes do seu negócio, ainda há uma longa jornada a ser percorrida no segmento de energia renovável.
"Hoje o Brasil tem por volta de 70 milhões de unidade consumidoras de energia e só 105 mil funcionam com fonte fotovoltaica. É para esse tamanho de mercado que estamos olhando", diz Fernandes.
"O importante é que temos claro que não importa o ramo onde entramos, mas quando entramos é para fazer bem feito. O mercado no Brasil e o de tecnologia muda em uma velocidade que nos motiva a fazer essas adaptações, no entanto entendemos que o segmento fotovoltaico é um segmento em que devemos permanecer por muito tempo", arremata.