Se a pandemia fez indústria, comércio e até certos segmentos do agronegócio apertarem o cinto, a situação exigiu ainda mais jogo de cintura de quem depende de todos esses segmentos para seu próprio negócio. Na Gaslog, uma empresa paranaense de implantação e distribuição de gás GLP (o tipo mais comum) para fábricas, lojas, restaurantes e condomínios, a estratégia foi ajustar as contas ao máximo e oferecer condições mais amigáveis aos clientes para manter as operações e colher frutos no futuro.
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Deu certo. Embora admita perdas no período, a empresa planeja a retomada das atividades a níveis pré-pandemia em seis meses.
De acordo com Wolney Pereira, CEO da distribuidora, o impacto foi sentido principalmente nos setores de comércio e serviço. “Nos condomínios houve aumento de 15% na demanda, por as pessoas estarem mais em casa. A indústria teve queda, mas uma recuperação mais rápida. A média [de redução de vendas] foi de 20%. Já o setor de comércio e serviços foi onde a perda foi a mais acentuada de todas, uma vez que vários restaurantes fecharam as portas, hotéis não puderam funcionar. A redução foi de 30%”, explica o executivo.
Para não perder clientes, a Gaslog optou por uma gestão low fare/low cost, ou seja, de reduzir custos para se tornar mais atrativa. “Adotamos três grandes iniciativas. Flexibilizamos os pagamentos em todos os clusters [segmentos] desde o início da pandemia. Dessa forma, parcelamos abastecimentos que estavam atrasados, sem cobrar juros, e não fizemos corte com a primeira nota fiscal em aberto. Depois, como segunda iniciativa, fizemos um projeto para flexibilizar o custo, embora o preço do GLP esteja atrelado à política da Petrobras. A estatal fez aumentos no GLP, mas a Gaslog não repassou na totalidade [ao cliente]”, descreve Pereira.
A terceira iniciativa, diz o empresário, foi de oferecer um combo de serviços. Como a Gaslog pertence ao Grupo Ergon, dono da empresa de soluções em geração de energia distribuída Gedisa, a companhia conseguiu criar programas de desconto na energia e no gás para empresários de diversos segmentos que buscavam qualquer respiro em suas contas.
Segundo Wolney Pereira, a empresa conseguiu oferecer esse alívio aos clientes por conta de um reestruturação de processos. “Essa parte do não repasse [do aumento no GLP] a gente consegue absorver pela eficiência da logística. Remanejamos as rotas, mudamos as datas de entrega, reorganizamos os roteiros. A economia de combustível que tivemos, por causa da redução de consumo, revertemos em descontos para o cliente. Tinha clientes que eu ia duas vezes por semana e passei a ir uma vez a cada 15 dias”, exemplifica.
A Gaslog afirma que pretende retomar o volume de distribuição que tinha antes da pandemia até março de 2021 – um período que até poderia ser mais curto, mas o fim do ano traz uma redução no consumo de gás nos principais mercados em que a empresa atua. Hoje, a distribuidora está operando com 85% de sua capacidade.
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