Chef e empresário Junior Durski, criador das redes Madero e Jeronimo| Foto: Albari Rosa/Arquivo Gazeta do Povo
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Com um plano ousado de crescimento, mas também uma dívida milionária, a rede paranaense de restaurantes Madero deve negociar suas ações na Bolsa de Valores entre o fim do terceiro trimestre e início do quarto. De acordo com pedido de IPO (a sigla em inglês para abertura de capital na bolsa) registrado nesta semana na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa espera angariar fundos para novos investimentos e para saldar débitos resultantes de sua rápida expansão nos últimos anos.

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Criado em 2005, o Madero tem hoje 238 restaurantes multimarcas (incluindo franquias) em 18 estados brasileiros (sendo São Paulo o principal), além de um modelo verticalizado e integrado de produção, distribuição e logística. Em seu prospecto registrado na CVM (um documento descritivo obrigatório neste trâmite), a empresa destaca sua unidade industrial, em Ponta Grossa, uma "cozinha central com mais de 32 mil metros quadrados, que emprega aproximadamente 500 pessoas, produzindo e fornecendo praticamente todos os alimentos consumidos nos restaurantes da companhia”, diz o texto. “Este modelo único oferece vários benefícios, tanto em termos de experiência no restaurante para os clientes, quanto para a performance financeira da companhia”, aponta o Madero.

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Em 2019, ano pré-pandemia, a dona das marcas Madero e Jeronimo somou receita líquida superior a R$ 850 milhões (R$550 milhões nas steak houses do Madero, R$201,3 milhões nos contêineres Madero e R$93,6 milhões nas lojas Jeronimo).

Apesar disso, a empresa soma uma dívida alta. Em 2018, teve prejuízo de R$ 109,2 milhões, que foi reduzido para R$ 26,6 milhões em 2019. Esse número, no entanto, voltou a subir em 2020, batendo R$ 249 milhões em 2020. Nos seis meses de 2021, o prejuízo acumulado da empresa ficou em R$ 90 milhões.

“Além do impacto da pandemia em 2020 e 2021, o lucro líquido tem sido historicamente impactado pela estratégia agressiva de crescimento da companhia, o que demanda fortes investimentos, os quais em parte estão sendo financiados por linhas de crédito bancárias, o que impacta nas elevadas despesas financeiras com o custo da dívida, uma vez que esses investimentos gerarão resultados em períodos futuros em despesas pré-operacionais”, diz a empresa em seu prospecto.

De acordo com minuta do prospecto, o Madero indica que, além de saldar a dívida, pretende investir para criar 400 novos restaurantes Madero nos próximos 10 anos e expandir a marca Jeronimo, que hoje tem 74 unidades. "Com base em estimativas da administração, a companhia acredita que tem o potencial de abrir 700 restaurantes Jeronimo em todo o Brasil durante os próximos 10 anos”, diz o texto.

A empresa também pretende direcionar seus esforços em tecnologia de drive-thru e entrega em domicílio, dois hábitos que cresceram durante a pandemia. "Em 2020, a entrega representou 26,9% da receita bruta dos restaurantes e 33,8% nos seis meses encerrados em 30 de junho de 2021, tendo em vista que as restrições causadas pelo Covid-19 afetaram o volume de vendas nos restaurantes. No futuro, acreditamos que a entrega representará aproximadamente 15% da receita da companhia, considerando a volta do atendimento presencial em 100% dos restaurantes do grupo, aumentando as vendas tanto nos restaurantes quanto via delivery”, diz o prospecto.

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Novas marcas: Madero Chicken, Madero Café

Além disso, a empresa pretende continuar investindo em diversificação da marca. “Com o know-how adquirido na introdução de novas marcas, que posteriormente se tornaram relevantes para a receita da companhia, como foi o caso do Madero Container e do Jeronimo. A companhia entende que está bem posicionada para continuar a expandir com novos conceitos, a exemplo da Ecoparada Madero, inaugurada em dezembro de 2020, que se trata de um complexo gastronômico ecologicamente sustentável inovador nas rodovias brasileiras, com seis diferentes operações proprietárias, incluindo as novas marcas Madero Chicken, Madero Café e Empório Madero, sendo que cada uma, por si só, representa avenidas potenciais de crescimento nos médio e longo prazos”, diz o material.

“Com base em estimativas da administração, acreditamos que temos o potencial de abrir 100 Ecoparadas em todo o Brasil durante os próximos 10 anos”, aponta o Madero à CVM.

Atualmente, a rede é gerida majoritariamente pelo empresário Junior Durski, com 64,80% das ações, e pelo fundo Carlyle, com 27,61%. Ambos devem vender parte de suas ações. Outros acionistas têm 7,59% da empresa.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]