Morar ao lado de um grande shopping em Curitiba pode chegar a pesar até 24% a mais no bolso. O dado foi levantado pelo portal imobiliário ZAP, analisando mais de 28 mil ofertas e imóveis disponíveis em sua plataforma.
Levando em consideração que o preço médio do metro quadrado na capital é de aproximadamente R$ 5.729, o setor de inteligência do grupo fez um levantamento dos imóveis disponíveis em um raio de até um quilômetro dos principais shoppings da capital paranaense.
O resultado surpreendeu. Ao contrário do que o senso comum poderia indicar, morar no entorno dos shoppings Palladium, no Portão, e do Curitiba, no Centro, é o que custa mais caro ao consumidor.
No primeiro shopping, a variação do metro quadrado chega a 24% em relação à média da cidade, ultrapassando os R$ 7,1 mil. No segundo ponto, a variação é de 22%.
Já o Shopping Pátio Batel, um dos empreendimentos mais sofisticados da cidade, encareceu 18% as vendas ao seu redor, mesma valorização que o Shopping Muller proporcionou aos seus vizinhos. Fecham a lista o Park Shopping Barigui, com um acréscimo de 8% no perímetro, e o Shopping Estação, que proporcionou uma variação de 1,5% no valor dos imóveis.
Outro destaque da pesquisa foi o fato de que três em cada quatro imóveis disponíveis em volta desses empreendimentos são apartamentos. Em volta do Pátio Batel essa concentração sobe para 94% dos imóveis, a mais alta da cidade. Na outra ponta, no Park Shopping Barigui, a cada dez anúncios de imóveis feitos na plataforma, seis são de apartamentos. Os imóveis de dois e três quartos são os mais comuns.
Valorização está ligada a espaço para novos empreendimentos
De acordo com o coordenador de inteligência de mercado do Grupo ZAP, Coriolano Lacerda, o que coloca o perímetro do Shopping Palladium na primeira posição do ranking das áreas mais valorizadas é o espaço para novos empreendimentos.
“No comparativo, quando analisamos bairros como o Batel, por exemplo, é uma região mercadologicamente mais madura, tem empreendimentos já consolidados, que imobilizam mais a elasticidade nos preços praticados na região", explica Lacerda.
"Já no Portão, há espaço de construção e inauguração de empreendimentos mais novos, com itens como varandas maiores, espaços de lazer amplos, que justificam essa variação no preço”, explica.
Para o coordenador, outros itens como quantidade de quartos, vagas na garagem, proximidade de transporte público e até mesmo parques tem impactos tão grandes na alteração de preços quanto os shoppings.
“O que mostramos através das nossas pesquisas é justamente que em um raio de até cem metros, na mesma rua, podemos ter uma alteração de até 20% no valor de um imóvel para a outro, dependendo dos aparatos ao seu redor”, complementa.
O economista chefe do Grupo ZAP, Sergio Castelani, também diz que a lógica de valorização na capital paranaense segue a dinâmica das grandes cidades. “Shoppings centers em geral são localizados estrategicamente em áreas que concentram emprego e renda, o que faz com que a demanda por imóveis no entorno seja elevada", diz. "Além disso, os próprios shoppings muitas vezes trazem consigo melhorias ao desenvolvimento econômico local, por gerarem renda e emprego, contribuindo ainda mais para esta alta dos preços no entorno”, finaliza Castelani.
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