Elas vêm conquistando os cargos de liderança nas empresas do Brasil. As mulheres, segundo levantamento feito pela pesquisa Panorama Mulher 2019, lideram apenas 13% das empresas no país. Nesta terça-feira (19), é comemorado o Dia do Empreendedorismo Feminino - criado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Aqui no Paraná, a fundadora do brechó online Troc, Luanna Toniolo, celebra a conquista do 10° milhão da sua empresa, fundada há quase três anos.
“O sucesso do empreendedorismo veio com muito esforço. Quando você não coloca alternativas e trabalha para ser referência para eles, o resultado vem. Meus filhos são aquela resposta que eu preciso para continuar todos os dias”, conta a empresária, que largou a profissão de advogada para criar o brechó online.
Formada em direito, a empreendedora de Curitiba advogou por seis antes antes de montar seu próprio negócio. Hoje, com 32 anos e dois filhos, Maria Julia, de 3 anos, e Benício, de 1 ano, ela acredita que os pequenos ajudam a manter o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. “Eu acho que se não tivesse eles, não teria uma pausa. Tem sido puxado, mas para mim vale muito a pena”, comenta ela.
Tamanha determinação não aconteceu ao acaso. Luanna considera que sempre teve um olhar empreendedor. O clique veio em 2016, quando, ao ser aprovada no mestrado em direito tributário, percebeu que não queria atuar na área nos próximos anos.
Luanna foi morar com o marido em Boston em 2015. Ele se dedicava ao MBA enquanto ela trabalhava remotamente para um escritório de advocacia. “Eu era sócia, fazia tudo de Boston. Com o novo projeto em mente, comecei a desenhar a Troc. No começo tinha muito receio de não dar certo, mas em dez meses faturamos nosso primeiro milhão”, conta a fundadora da empresa.
Empreendedoras e corajosas
Para Luciane Aquino, consultora de inovação e estratégia da aceleradora de empresas Orgânica, mulheres empreendedoras são corajosas. “O Brasil é um dos países com maiores índices de empreendedorismo do mundo. Numa análise mais profunda, as mulheres viram empreendedoras porque se viram, dão um jeito de colocar a comida na mesa”, defende ela.
Segundo a consultora, o grande desafio das mulheres hoje é não empreender de fato, mas de passar por diversos desafios. “Entre as startups, as mulheres conseguem menos financiamento, menos investidores - as pesquisas são certas em relação a isso. E isso acontece no mundo inteiro”, explica Luciane, que ainda defende que as mulheres recebem menos incentivo, mas geram melhores resultados.
A consultora em estruturação de negócios digitais da Orgânica, Priscilla Erthal, comenta que para empreender não existe caminho nem resposta certa. “Cada vez mais as mulheres estão atrás de propósitos. É preciso ter uma preocupação com cultura, bem estar, ter liberdade e autonomia para administrar”, salienta.
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