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A paranaense Ibema, fabricante de papelcartão (um papel mais espesso, usado em embalagens de produtos de beleza e alimentos, por exemplo), está dando uma guinada estratégica para se posicionar entre gigantes. Com mais de 60 anos de história, a empresa decidiu mudar a sua identidade e estudar um novo leque de produtos mirando em um mercado internacional ávido por qualidade e regularidade.
A empresa apresenta sua nova marca e direcionamento em um evento online, nesta terça-feira (6), chamado “Unbox the future” [Desempacotando o futuro, em tradução livre]. A apresentação será transmitida pelo Zoom.
“A gente sentiu necessidade de redescobrir, ou pelo menos revisitar, os nossos valores. Saímos um pouco daquele conceito de missão, visão e valores e fomos buscar o nosso propósito. Saber para que a gente existe”, descreve Diego Gracia, head de Estratégia e Marketing da Ibema Papelcartão. A empresa adotou um trabalho de imersão de um ano com uma consultoria para definir as aspirações.
A primeira das mudanças é em como a companhia pretende se comunicar com o mercado. De Ibema Papelcartão, passará a usar o termo Ibema Embalamos o Futuro, indicando que haverá a produção de outros insumos para embalagens. Apesar disso, a empresa não pretende abandonar seu principal produto. “A gente ainda não abriu esses novos negócios, mas estamos em fase de brainstorm [levantamento de ideias] para saber onde a Ibema vai navegar. [Mas será] Nesse mercado sempre voltado às embalagens”.
Olho nas exportações
Nos últimos dois anos, a empresa conseguiu um marco importante em seu plano estratégico: ampliou os mercados compradores de seus produtos. Já são 20 países nas Américas, Europa e África. E o objetivo da empresa é solidificar essa posição. “É importante oferecer regularidade. Isso é o que o mercado busca. Eles [outros países] reconhecem que os players brasileiros têm o costume de entrar e sair do mercado com muita volatilidade, de acordo com a economia brasileira. Quando aqui está aquecido, esquecem o mercado externo. Quando o Dólar sobe, joga tudo para o mercado externo. Estamos tentando ter uma política mais consistente com esse pessoal de fora”, explica Gracia.
Com essa aposta, a empresa espera se posicionar em um mercado dominado por gigantes como a também paranaense Klabin, a paulista Suzano ou grandes indústrias de papel da China, Europa e Estados Unidos.
A Ibema ainda não definiu qual o valor que será investido no projeto. Hoje, a empresa emprega cerca de 800 pessoas, divididas no escritório em Curitiba, no centro de distribuição em Araucária e nas fábricas de Turvo e Embu das Artes (São Paulo). O volume de produção é de 140 mil toneladas por ano.