Com foco em soluções para o trânsito, a paranaense Pumatronix tem conquistado o mercado brasileiro. Desenvolvida numa incubadora da Tecpar em 2007, a marca esse ano atingiu 5% do seu faturamento em contratos internacionais. Para 2020, a proposta é atingir mais o mercado dos países da América Latina.
Com a tendência das cidades inteligentes cada vez maior e o uso da fiscalização eletrônica em peso nas grandes cidades, a marca tem alavancado suas vendas a cada ano. A demanda desta tecnologia que a Pumatronix produz tem aumentado muito pelo desenvolvimento da mobilidade e também pela necessidade da segurança pública nas grandes cidades.
O carro-chefe é a tecnologia de câmeras fotográficas com leitura de placas, medição de velocidade e identificação de carros com restrições: sejam eles em caso de veículo roubado, não pagamento de multas ou de IPVA. Para explicar melhor sobre o mercado da Pumatronix, a equipe do Paraná S.A entrevistou o CEO da empresa, Sylvio Calixto. Confira o bate-papo a seguir:
Como nasceu a Pumatronix?
Quando a gente iniciou na incubadora da Tecpar, em 2007, a gente pensou num produto novo para o mercado. Naquela época, a fiscalização eletrônica era feita com câmeras analógicas, as digitais que vinham do Japão e da Europa eram muito caras. Então, a gente desenvolveu uma câmera nossa. Em 2009, 2010, atingimos o mercado de maneira relevante. Se você ver um radar na rua, 90% de chance que a câmera seja da Pumatronix.
Qual o mercado atual da empresa de vocês?
Nós proporcionamos câmeras que fazem fotografias dos veículos no pedágio. Criamos um algoritmo que faz a leitura automática da placa do veículos e proporcionamos a medição de velocidade. Nosso mercado é formado pelas principais concessionárias de rodovias do país. Também tem crescido muito a demanda de segurança pública e mobilidade. Um dos nossos grandes clientes finais, por exemplo é a Polícia Federal. Nós fornecemos as câmeras para empresas que são prestadoras de serviço da polícia.
Como vocês trabalham com tecnologia, é importante o investimento em pesquisa e desenvolvimento?
A gente investe mais de 10% em pesquisa e desenvolvimento. Todos os sócios da Pumatronix estão ligados a pesquisa e desenvolvimento, com formação pela UTFPR ou UFPR. A gente sabe que é preciso inovar, ter esse foco. Uma empresa de software tem que se preocupar nas questões também de inovação mecânica. Buscamos por novos processadores, que tenham mais resistência ao calor, para poder colocá-los no Nordeste. Esses detalhes, por exemplo, que fazem a diferença - porque nosso produto fica exposto. Uma câmera no pedágio tem que ter condição, ser muito bem preparada. Esse é o nosso foco.
Qual é o futuro para o mercado de tecnologia de trânsito?
Na área de mobilidade, a curto prazo, é o carro compartilhado. A frota de veículos no mundo cresceu e vai se tornar mais estável. A nova geração não quer mais saber de carro. A própria Uber, nunca teve lucro até agora. Vai começar a ganhar quando os carros começarem a ser autônomos. A própria Tesla, Ford, Volkswagen, grandes montadoras vão criar estruturas viárias. A questão é ter comunicação confiável. Hackers vão poder entrar num carro autônomo, então é preciso que a proteção de dados seja forte. Hoje o comportamento do motorista no sinal vermelho atrapalha o trânsito, se carro fosse automático, o fluxo seria melhor. Vamos ter softwares que vão trazer essa evolução.
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