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O endividamento e a inadimplência dos paranaenses vem aumentando mês a mês. Após bater recorde em julho, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) voltou a subir no Paraná em agosto, com 95,8% das famílias com algum tipo de dívida. O cartão de crédito segue disparado com o vilão do endividamento no estado [leia mais abaixo].
Em julho, 95,1% dos paranaenses estavam endividados. No comparativo de um ano, o endividamento no estado era de 90,2% em agosto de 2021. O levantamento mensal é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio-PR).
No recorte das famílias de menor renda, que vivem com até dez salários mínimos, o índice é maior: 96,4% estão endividadas. Esse é o maior percentual nesse público da série histórica do Peic.
Nas famílias de maior renda, o endividamento caiu em agosto, mas segue alto. Em julho, 95,2% das famílias com renda acima de dez salários mínimos estavam endividadas, índice que caiu para 95,2% mês passado.
Inadimplência
Já a inadimplência dos paranaenses subiu de 24,8% em julho para 26,3% em agosto.
As famílias de menor renda, que recebem até dez salários mínimos, são as que têm mais dificuldade de manter as contas em dia no estado, com 28,6% com dívidas em atraso. Entre as famílias de renda maior, acima de dez salários mínimos, a inadimplência dos paranaenses em agosto foi de 16,4%.
A pesquisa mostra que 8% dos inadimplentes reconhecem que não terão condições de pagar as contas já atrasadas. Novamente, a dificuldade é maior com as famílias de menor renda, com 9,4% admitindo que não conseguirão pagar os débitos. Entre as de maior renda, 3% reconhecem que não conseguirão arcar com as dívidas.
Maiores dívidas
O cartão de crédito é, disparado, a principal dívidas dos paranaenses. 83,7% das famílias paranaenses têm dívidas nessa modalidade de crédito.
Em segundo lugar, está o financiamento de carro, com 8,9% das dívidas. Na sequência vêm financiamento da casa (5,2%), crédito consignado (2,3%), crédito pessoal (1,5%), carnês (1,4%) e outros (1,2%).